"Negociações continuam, mas, neste momento, todos devem fazer a sua parte", disse Nelson Barbosa (Bruno Domingos/Reuters)
Da Redação
Publicado em 14 de setembro de 2015 às 19h54.
Brasília - O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, defendeu nesta segunda-feira, 14, a proposta de adiar o reajuste dos servidores públicos, anunciada hoje entre as medidas de cortes de gastos e aumentos de impostos.
"É plenamente justificável a proposta que o governo faz a servidores", afirmou o ministro. Para o ministro, o setor privado vive uma situação de aumento de desemprego e redução real de salários.
"Negociações continuam, mas, neste momento, todos devem fazer a sua parte", disse Barbosa.
O dirigente do Planejamento ressaltou ainda que a proposta de reajuste em quatro anos está mantida, mas o aumento será adiado de janeiro para agosto.
Barbosa afirmou ainda que o governo está construindo programas para reduzir despesas com folha de pagamento e previdência social, os maiores gastos do governo.
"Sessenta e cinco por cento do gasto primário é da Previdência e da folha de pagamento", afirmou. De acordo com o ministro, o governo está construindo ainda para aposentadoria por idade, especial e outras.
Sobre a reforma ministerial que está prevista, Barbosa ressaltou que a principal vantagem da reforma administrativa é evitar sobreposição e gerar eficiência. "Ganho vem com contenção de custeio administrativo que já está em vigor este ano", disse Barbosa.
Ao ser questionado sobre o posicionamento do governo nas reformas previdenciárias, Barbosa fez questão de frisar que o governo vem propondo alterações. "Vamos melhorar propostas para melhorar a previdência", disse.
Recuperação
O fim do anúncio do pacote, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, avaliou que o objetivo do governo é diminuir incertezas que hoje existem no Brasil.
"Essa é uma clara confirmação da disposição da presidente Dilma em se alcançar através do dialogo os objetivos fiscais que são indispensáveis para a segurança do país. Na medida em que se reduzir a incerteza fiscal e outras de natureza não econômica, vamos ter uma aceleração da recuperação da economia", argumentou.
Barbosa acrescentou que as medidas indicam que governo e sociedade teriam todos os instrumentos necessários para resolver os problemas e dificuldades fiscais atuais. Segundo ele, o país está passando por uma fase de reestruturação fiscal com medidas estruturais.
"A parte do Governo Federal é propor medidas. Isso envolve um custo que buscamos distribuir da maneira mais equilibrada possível nos diversos grupos que compõem a sociedade. Esse esforço dará resultado, ainda que leve um tempo maior, porque as medidas levam tempo para maturar e causar efeito. Essas medidas dependem do processo legislativo e da colaboração do Congresso, como é natural e desejável em qualquer democracia", concluiu Barbosa.