Barroso: "tínhamos que encontrar juntos uma solução para um modelo de negócio que não era viável e que não podia oferecer prosperidade duradoura à população do Chipre", disse (Liam McBurney/AFP)
Da Redação
Publicado em 25 de março de 2013 às 10h58.
Bruxelas - O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, afirmou nesta segunda-feira que o modelo econômico do Chipre "não era viável" e assegurou que Bruxelas ajudará Nicósia a buscar novas vias de crescimento paralelamente à aplicação do programa de resgate pactuado pela eurozona.
"Tínhamos que encontrar juntos uma solução para um modelo de negócio que não era viável e que não podia oferecer prosperidade duradoura à população do Chipre", disse Durão Barroso em entrevista coletiva, na qual ressaltou que o resgate evitou uma "quebra desordenada" no país.
O chefe do Executivo da UE reconheceu que a ilha tem pela frente "imensos desafios", mas assegurou que o Chipre "pode contar com o apoio da União Europeia". Para isso, anunciou a criação de um grupo de trabalho que se encarregará de dar assistência técnica às autoridades do país na aplicação das reformas.
Segundo Durão Barroso, o programa pactuado pela zona do euro e o Fundo Monetário Internacional (FMI), "se for implementado corretamente", pode restaurar "a viabilidade da economia cipriota".
O político português pediu que não se pensasse "somente em estabilidade financeira, mas também em reiniciar a economia real" do país e a usar "todos os instrumentos à disposição" para isso.
"Queremos aliviar as consequências sociais do choque econômico, mobilizando fundos europeus e apoiando os esforços das autoridades cipriotas para restaurar a estabilidade financeira, econômica e social", ponderou.
O presidente da comissão defendeu a "solidariedade" demonstrada pelo restante dos parceiros da UE em fornecer 10 bilhões de euros como resgate ao Chipre.
Essa quantidade, lembrou, equivale a mais da metade da economia cipriota e é maior que os resgates destinados a outros Estados- membros. Durão Barroso ressaltou ainda que "Europa enfrenta os desafios unida" e não deixa seus membros "sozinhos em uma crise financeira".
O resgate pactuado pelo Eurogrupo, o FMI e as autoridades cipriotas protege os pequenos poupadores, imporá perdas aos grandes investidores e significará uma profunda reestruturação do setor financeiro da ilha.