Câmbio: às 10h35, a moeda norte-americana recuava 0,18%, a 2,3905 reais na venda (REUTERS/Gregg Newton)
Da Redação
Publicado em 23 de setembro de 2014 às 10h53.
São Paulo - Num dia sobe e desce, o dólar registrava leve queda nesta terça-feira, após superar o patamar de 2,40 reais pela primeira vez em sete meses com a divulgação de nova pesquisa eleitoral e os investidores testando a tolerância do Banco Central com o movimento de valorização da moeda norte-americana.
Às 10h35, o dólar recuava 0,18 por cento, a 2,3905 reais na venda, após chegar a 2,4068 reais na máxima do dia, maior nível desde 19 de fevereiro (2,4130 reais). Na mínima da sessão, foi negociado a 2,3886 reais.
Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 15 milhões de dólares.
"O mercado relevou completamente a cena externa e focou puramente nas eleições", afirmou o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.
Ele referia-se à pesquisa CNT/MDA, que mostrou a presidente Dilma Rousseff (PT) com 42 por cento das intenções de voto e Marina Silva (PSB) com 41 por cento num esperado segundo turno.
Embora as duas ainda estejam em empate técnico, a ex-senadora vinha aparecendo numericamente à frente. O mercado prefere a vitória de Marina, em meio a críticas à condução da política econômica do atual governo.
O mercado também buscava entender quais serão os eventuais próximos passos do BC em suas intervenções no câmbio e, por isso, mantinha a postura mais cautelosa neste pregão, testando o patamar de 2,40 reais.
Recentemente, também em ocasião de pressão sobre o dólar, o BC reagiu e aumentou a oferta de contratos para rolagem de swaps cambiais para evitar a volatilidade.
Segundo o operador de um importante banco nacional, exportadores também aproveitaram o avanço da divisa no início dos negócios nesta sessão para vender dólares, o que também diminuiu a pressão.
Até agora, a autoridade monetária tem mantido os leilões de até 6 mil swaps, como fará nesta sessão, para rolar os contratos que vencem em outubro.
Se mantiver esse ritmo, rolará cerca de 76 por cento do lote total, que corresponde a 6,677 bilhões de dólares, proporção menor do que a rolagem do mês passado (88 por cento).
"Enquanto o BC não dá as caras, cresce a volatilidade e cresce a pressão para o dólar subir", afirmou o operador de câmbio da corretora B&T Marcos Trabbold, para quem a autoridade monetária não agirá até o mês que vem, quando ficaria mais claro se a alta recente da divisa vai se sustentar.
Na visão de Trabbold, o BC apenas aumentará a rolagem de swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, que vencem em novembro.
Nesta manhã, o BC também vendeu a oferta total de até 4 mil swaps pelas atuações diárias, todos com vencimento em 1º de setembro de 2015 e volume equivalente a 197,5 milhões de dólares. A autoridade monetária também ofertou contratos para 1º de junho, mas não vendeu nenhum.
No exterior, o dólar recuava sobre o euro após a divulgação de dados fortes sobre a economia alemã. A moeda norte-americana também caía contra moedas emergentes, como o peso mexicano.
Atualizado às 10h52