Câmbio: após reunião de dois dias, o Fed divulgará na quarta-feira sua decisão, sob amplas expectativas de que mantenha os juros perto de zero (Bruno Domingos/Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2015 às 09h33.
São Paulo - O dólar recuava sobre o real pela terceira sessão consecutiva nesta segunda-feira, acompanhando o movimento de outros mercados emergentes poucos dias antes da decisão do Federal Reserve, com expectativas de que o banco central norte-americano não eleve os juros neste ano.
Às 10:23, o dólar recuava 1,17 por cento, a 3,8449 reais na venda, após acumular queda de 1,33 por cento nas duas sessões passadas. A divisa dos Estados Unidos também perdia terreno em relação a moeda como os pesos chileno e mexicano.
"O (cenário) exterior se mostra tranquilo", resumiu o operador da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa.
Após reunião de dois dias, o Fed divulgará na quarta-feira sua decisão, sob amplas expectativas de que mantenha os juros perto de zero, em meio a sinais de que a fraqueza na economia global, sobretudo na China, vem afetando a recuperação da maior economia do mundo.
Muitos acreditam que os juros nos EUA não vão subir nem em dezembro, quando o Fed se reúne novamente.
A perspectiva de que os juros nos EUA permaneçam baixos favorece ativos de mercados emergentes, que tendem a atrair capitais por oferecerem rendimentos mais elevados.
"Um sinal forte de que os juros devem subir em dezembro parece ser a opção menos provável", escreveram analistas do banco Scotiabank em nota a clientes.
No Brasil, o mercado continuava sensível e os volumes de negócios eram pequenos, com investidores adotando cautela devido às incertezas ligadas à política e à economia no Brasil.
O governo deve anunciar nesta semana previsão de déficit primário para este ano, o que aumenta o temor de que o Brasil possa perder seu selo de bom pagador com outras agências além da Standard & Poor's.
"A novela continua, mas parece que o final vai ser triste", resumiu o operador de uma corretora internacional.
Nesta manhã, o Banco Central dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em novembro, com oferta de até 10.275 contratos, que equivalem a venda futura de dólares.