Economia

Dólar alto pressiona inflação; política continua "vigilante"

Banco Central pode manter o atual ritmo do aperto, como esperado pelo mercado


	BC repetiu que sua política deve permanecer "especialmente vigilante" e que é "apropriada a continuidade do ritmo de ajuste das condições monetárias ora em curso"
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

BC repetiu que sua política deve permanecer "especialmente vigilante" e que é "apropriada a continuidade do ritmo de ajuste das condições monetárias ora em curso" (Dado Galdieri/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2013 às 09h24.

São Paulo - O Banco Central vê mais inflação no próximo ano do que via antes, apesar de reforçar que o atual ciclo de aperto monetário fará os preços entrarem em trajetória de declínio, ao mesmo tempo em que acredita que a depreciação do real ante o dólar é uma pressão inflacionária no curto prazo.

Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta quinta-feira, o BC repetiu que sua política deve permanecer "especialmente vigilante" e que é "apropriada a continuidade do ritmo de ajuste das condições monetárias ora em curso".

Isso sinaliza que o BC pode manter o atual ritmo do aperto, como esperado pelo mercado. Na semana passada, ele elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, a 8,50 por cento ao ano, mantendo o passo da reunião do Copom de maio, em meio à inflação elevada e à economia ainda sem sinais consistentes de recuperação.

Foi a terceira alta seguida na taxa básica de juros, que já somaram 1,25 ponto percentual e deixaram para trás a mínima histórica de 7,25 por cento.

"O Copom destaca que, em momentos como o atual, a política monetária deve se manter especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação como o observado nos últimos 12 meses persistam no horizonte relevante para a política monetária", trouxe a ata.

Em junho, a inflação medida pelo IPCA estourou novamente a meta, ao acumular alta 6,70 por cento em 12 meses, maior alta desde outubro de 2011. Mas a variação mensal --de 0,26 por cento-- veio bem abaixo das expectativas, reforçando as apostas de que o BC não precisaria acelerar o passo e elevar ainda mais a Selic.

A perspectiva é de que a inflação continue perdendo força, mas o mercado ainda aposta que o IPCA fechará este ano a 5,80 por cento neste ano, praticamente em linha com o ano passado (5,84 por cento) e acima do valor central da meta do governo, de 4,5 por cento.

Segundo a ata, o BC elevou sua projeção para a inflação em 2014 no cenário de referência, mantendo-a acima do centro da meta do governo, de 4,5 por cento pelo IPCA. Para 2013, ainda no cenário de referência, a projeção da inflação não mudou, também permanecendo acima da meta.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCopomInflaçãoJurosMercado financeiro

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto