Economia

Dívida Pública Federal volta a subir em fevereiro

Segundo dados divulgados há pouco pelo Tesouro Nacional, o estoque da DPF subiu de R$ 1,926 trilhão em janeiro, para R$ 1,952 trilhão no mês passado, alta de 1,34%


	Economia: por meio da dívida pública, o governo pega emprestado recursos dos investidores para honrar compromissos.
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Economia: por meio da dívida pública, o governo pega emprestado recursos dos investidores para honrar compromissos. (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Brasília – A emissão de títulos prefixados fez a Dívida Pública Federal (DPF) aumentar em fevereiro, mas sem voltar a superar a barreira de R$ 2 trilhões. Segundo dados divulgados há pouco pelo Tesouro Nacional, o estoque da DPF subiu de R$ 1,926 trilhão em janeiro, para R$ 1,952 trilhão no mês passado, alta de 1,34%.

A dívida pública mobiliária (em títulos públicos) interna subiu de R$ 1,838 trilhão para R$ 1,864 trilhão. Isso ocorreu porque, no mês passado, o Tesouro emitiu R$ 10,43 bilhões em títulos a mais do que resgatou. Além disso, houve o reconhecimento de R$ 15,9 bilhões em juros. O reconhecimento ocorre porque a correção que o Tesouro se compromete a pagar aos investidores é incorporada gradualmente ao valor devido.

A dívida pública externa encerrou fevereiro em R$ 87,49 bilhões, queda de 0,63% em relação a janeiro, quando tinha atingido R$ 88,04 bilhões. A redução foi puxada pela queda de 0,65% do dólar no mês passado.

Em janeiro, a Dívida Pública Federal tinha caído por causa da concentração de vencimentos de papéis prefixados, típica do primeiro mês de cada trimestre. Sem a influência desse fator, a DPF voltou a subir em fevereiro. Segundo estimativas do próprio Tesouro, a DPF subirá gradualmente nos próximos meses até encerrar o ano entre R$ 2,1 trilhões e R$ 2,24 trilhões. A primeira vez que a DPF ultrapassou R$ 2 trilhões ocorreu em dezembro, quando havia encerrado o mês em R$ 2,008 trilhões.

A participação dos papéis prefixados (que têm a taxa de juros definida no momento da emissão) na dívida interna subiu levemente, de 37,70% em janeiro para 38,16% em fevereiro. A fatia dos títulos vinculados a taxas flutuantes, como a Selic (taxa de juros básicos da economia), também aumentou de 23,82% para 24,08%.


A participação dos títulos corrigidos pela inflação caiu de 37,70% para 37,18%. A parcela da dívida interna vinculada ao câmbio também apresentou queda, de 0,78% para 0,57%. Esses números levam em conta as operações de swap pelo Banco Central, que equivalem a operações de compra ou venda de dólar no mercado futuro e têm impacto na dívida pública.

Com taxas definidas com antecedência, os títulos prefixados são preferíveis para o Tesouro Nacional, porque dão maior previsibilidade à administração da dívida pública. Em contrapartida, os papéis vinculados à Selic representam mais risco, porque pressionam a dívida para cima nos ciclos de alta dos juros básicos.

O prazo médio da DPF caiu de 4,16 anos em janeiro, para 4,13 anos em fevereiro. O Tesouro Nacional não divulga o resultado em meses, apenas em anos. A participação dos vencimentos nos próximos 12 meses, no entanto, também caiu de 25,24% para 25,15%. Prazos mais longos são favoráveis ao Tesouro porque dão ao governo mais tempo para planejar e executar as operações de rolagem (renegociação) da dívida pública.

Por meio da dívida pública, o governo pega emprestado recursos dos investidores para honrar compromissos. Em troca, compromete-se a devolver os recursos com alguma correção, que pode ser definida com antecedência, no caso dos títulos prefixados, ou seguir a variação da taxa Selic, da inflação ou do câmbio.

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