Dinheiro: considerando apenas o governo central (formado por governo federal, BC e INSS), o déficit primário é de R$ 72,8 bilhões (Erlon Silva - TRI Digital/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 30 de dezembro de 2019 às 10h54.
Última atualização em 30 de dezembro de 2019 às 11h54.
Brasília — A dívida pública do Brasil fechou novembro em R$ 5,6 trilhões, segundo dados divulgados nesta segunda-feira pelo Banco Central. O montante representa 77,7% do Produto Interno Bruto (PIB), indicador que mede o tamanho da economia do país. Em outubro, o endividamento respondia por 77,3%.
Apesar da alta de 0,4 ponto percentual, o resultado reforça a tendência apontada pela equipe econômica de que a relação entre dívida e PIB deve fechar abaixo dos 80% e pouco maior que o registrado no ano passado.
Um dos principais fatores por trás desse comportamento é a redução da taxa básica de juros, que fez o endividamento crescer menos neste ano.
De acordo com os dados do BC, a fatia de endividamento do país no PIB em novembro está 1,1 ponto percentual acima do registrado em igual mês do ano passado.
Esse crescimento representa uma desaceleração do crescimento da dívida: em novembro de 2018, o peso do endividamento na economia havia avançado 2,36 pontos percentuais frente ao mesmo mês em 2017.
O comportamento da dívida é um dos principais indicadores observados pelo mercado financeiro, porque indica a capacidade do país de honrar suas obrigações com os credores.
O endividamento cresce quando a situação das contas públicas obriga o governo a tomar empréstimos para investir, por exemplo.
O BC também divulgou nesta segunda o resultado das contas públicas para o setor público consolidado, que abrange o governo federal, Banco Central, INSS, estatais, estados e municípios. Em novembro, o rombo foi de R$ 15,3 bilhões.
No acumulado até novembro, o rombo consolidado está em R$ 48,3 bilhões. Considerando apenas o governo central (formado por governo federal, BC e INSS), o déficit primário é de R$ 72,8 bilhões, bem abaixo da meta de R$ 139 bilhões para este ano.
Nas últimas semanas, tanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, quanto o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, já revelaram que o déficit primário ficará na faixa dos R$ 70 bilhões, número considerado positivo.