Desde então, com a diminuição das despesas e vacinação, além de alta na arrecadação de impostos em níveis recordes, a relação dívida/PIB começou a cair (Getty/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 31 de agosto de 2022 às 10h30.
A dívida pública caiu pelo nono mês seguido e chegou a 77,6% do PIB em julho, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pelo Banco Central (BC).
O principal impacto na queda do indicador em julho foi o do crescimento nominal do PIB e, em segundo plano, os resgates líquidos da dívida.
Como o PIB é denominador da relação com a dívida, quando ele aumenta o resultado é a queda do indicador. Já a alta dos juros básicos, que chegaram em 13,75% ao ano, impacta o indicador pela outra direção.
O indicador está em trajetória de queda desde fevereiro do ano passado, com alguns meses de repique para cima, quando atingiu o pico histórico de 89% do PIB, impulsionado por gastos decorrentes do enfrentamento à pandemia.
Desde então, com a diminuição das despesas e vacinação, além de alta na arrecadação de impostos em níveis recordes, a relação dívida/PIB começou a cair.
A previsão da Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado, é que a dívida termine o ano em 78,8% do PIB.
O indicador é acompanhado de perto pelo mercado porque mede a capacidade do país de pagar suas dívidas. O número engloba o resultado do governo federal, o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e os governos estaduais e municipais.
O resultado do setor público consolidado em julho foi de superávit de R$ 20,4 bilhões, contra déficit de R$ 10,3 bilhões no mesmo mês de 2021.
Os resultados positivos tanto no governo central, de R$ 20 bilhões, quanto nos regionais, de R$ 1,8 bilhão, foram responsáveis pelo superávit. As estatais tiveram déficit de R$ 1,3 bilhão no mês.
No acumulado dos 12 meses encerrados em julho, o superávit chegou a R$ 230,6 bilhões, ou 2,48% do PIB.
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