Economia

Dívida mobiliária federal sobe e encosta em R$2,8 trilhões

Na mesma base de comparação, a dívida externa subiu 8,62 por cento, fechando o mês a 145,89 bilhões de reais


	Dívida: para diminuir as turbulências, o Tesouro anunciou programa de leilões simultâneos de compra e venda de Notas do Tesouro Nacional-Série F
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Dívida: para diminuir as turbulências, o Tesouro anunciou programa de leilões simultâneos de compra e venda de Notas do Tesouro Nacional-Série F (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2015 às 10h15.

Brasília - O estoque total da dívida mobiliária federal brasileira cresceu 1,80 por cento em setembro sobre agosto, a 2,735 trilhões de reais, aproximado-se do teto de 2,8 trilhões de reais para 2015 fixado no Plano Anual de Financiamento (PAF) num mês marcado por intensa volatilidade nos mercados.

De um lado, a dívida mobiliária federal interna cresceu 1,44 por cento no período, a 2,589 trilhões de reais, diante da emissão líquida de 13,43 bilhões de reais e à apropriação de juros de 23,34 bilhões de reais.

Na mesma base de comparação, a dívida externa subiu 8,62 por cento, fechando o mês a 145,89 bilhões de reais, diretamente afetada pela valorização das moedas que compõem o estoque frente ao real.

Em setembro, houve forte avanço na curva de juros e no dólar após a perda do grau de investimento do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor's, na sequência do envio pelo governo ao Congresso de proposta orçamentária prevendo inédito déficit primário em 2016.

Para diminuir as turbulências, o Tesouro anunciou programa de leilões simultâneos de compra e venda de Notas do Tesouro Nacional-Série F (NTN-F) entre o final de setembro e início de outubro.

"O Tesouro tomou a decisão estratégica de não pressionar o mercado. Isso significa emitir menos títulos prefixados e eventualmente um pouco mais de LFT", afirmou o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro, José Franco Medeiros de Morais, acrescentando que não existe a possibilidade de estourar teto da dívida, já que existe sazonalidade em relação às emissões e vencimentos.

Composição

O Tesouro também divulgou que os títulos prefixados responderam por 41,37 por cento do total da dívida em setembro, ante 41,59 por cento no mês anterior.

Os papéis corrigidos pela inflação representaram 31,69 por cento da dívida em setembro, contra 31,99 por cento em agosto, ao passo que os títulos corrigidos pela Selic somaram 21,42 por cento do total do passivo, ligeiramente acima dos 21,28 por cento no mês anterior.

Em setembro, os investidores estrangeiros reduziram suas aplicações em títulos da dívida interna a 18,85 por cento contra 19,14 por cento em agosto.

Segundo Franco, há bastante demanda pelos papéis atrelados ao índice de preços e as taxas estão "um pouco elevadas, do ponto de vista do Tesouro". Por isso, estão limitando a oferta de títulos longos indexados à inflação com vencimentos em 2035 e 2055.

Porém, acrescentou, o Tesouro está disposto a aumentar a oferta dos títulos com vencimento em 2023 e travar o custo mais elevado somente até este horizonte. O técnico do Tesouro também afirmou que, no curto prazo, não há necessidade de novas emissões externas.

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