Agência de notícias
Publicado em 29 de maio de 2024 às 16h18.
Última atualização em 29 de maio de 2024 às 16h36.
A dívida bruta do governo subiu de 75,7% do produto interno bruto (PIB) em março para 76% do PIB em abril, alcançando R$ 8,4 trilhões, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Banco Central.
Com isso, o endividamento conjunto do governo federal, estados, municípios e INSS atingiu o maior nível desde abril de 2022 (76,3%). Só em 2024, o avanço é de 1,6 ponto percentual ante o PIB.
A dívida bruta vem aumentando de forma ininterrupta desde julho de 2023, repercutindo os resultados deficitários do governo federal e os juros básicos ainda elevados. O recorde da série histórica do Banco Central foi alcançado em outubro de 2020 (87,7%) em meio aos gastos vultosos relacionados ao combate dos efeitos da pandemia de covid-19.
Segundo o BC, em abril, o crescimento do endividamento bruto decorreu dos juros nominais apropriados (aumento de 0,6 p.p.), do efeito da desvalorização cambial (aumento de 0,1 p.p.), do resgate líquido de dívida (redução de 0,1 p.p.) e da variação do PIB nominal (redução de 0,4 p.p.).
Já o avanço em 2024 deve-se à incorporação de juros nominais (aumento de 2,5 p.p.), da desvalorização cambial (aumento de 0,3 p.p.), da emissão líquida de dívida (aumento de 0,2 p.p.) e do crescimento do PIB nominal (redução de 1,5 p.p.).
Em abril, a Dívida Líquida do Setor Público subiu 0,1 ponto percentual, de 61,1% para 61,2% do PIB, ou R$ 6,8 trilhões, com efeito principalmente do impacto dos juros apropriados sobre a dívida (aumento de 0,7 p.p.)
O Sistema de Expectativas do Banco Central aponta que a dívida bruta deve terminar este ano em 77,7% do PIB, já a dívida líquida, em 63,8%.
No mês passado, segundo o BC, as contas do setor público consolidado apresentaram um superávit primário de R$ 6,7 bilhões. Isso inclui o resultado de União, estados e municípios.