Economia

Dívida bruta do Brasil é desconfortável, afirma Delfim

Na avaliação do ex-ministro da Fazenda, a dívida líquida não é um bom referencial de análise, pois é influenciada por alguns fatores, especialmente o câmbio


	Delfim Netto: de acordo com ex-ministro, a economia do Brasil apresenta algumas dificuldades
 (ARQUIVO/WIKIMEDIA COMMONS)

Delfim Netto: de acordo com ex-ministro, a economia do Brasil apresenta algumas dificuldades (ARQUIVO/WIKIMEDIA COMMONS)

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Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2014 às 16h35.

São Paulo - O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto afirmou que a dívida bruta do Brasil é "estável, mas desconfortável", porque está no patamar de 57% do PIB, uma marca bem superior à média dos países emergentes, equivalente a 35% do produto interno bruto.

"O problema da dívida bruta não é atual, mas pode vir a ser caso seja necessário o uso de política anticíclica pelo governo", destacou.

Na sua avaliação, a dívida líquida não é um bom referencial de análise, pois é influenciada por alguns fatores, especialmente o câmbio. "A situação fiscal piorou um pouco, mas não é desastrosa, pois o superávit primário no ano passado atingiu 1,9% do PIB."

De acordo com Delfim Netto, a economia do Brasil apresenta algumas dificuldades. "O crescimento hoje é baixo, deve ficar ao redor de 2% neste ano e no próximo", disse.

Ele também destacou que a inflação está em 6% e tem um nível "reprimido" pelo governo de 1,5 ponto porcentual, devido à política de contenção dos preços administrados realizada pelo Poder Executivo.

Segundo ele, a expansão do PIB é limitada em boa parte por restrições no avanço dos investimentos. "Por isso são importantes as concessões públicas para o setor privado. Isso é injeção na veia para o aumento da produtividade." O ex-ministro fez os comentários durante palestra promovida pelo Bradesco BBI.

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