Economia

Divergências na Opep afastam acordo para congelar produção

Os membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo realizarão reunião para tentar reativar o preço do petróleo, muito fraco desde meados de 2014


	Petróleo: o Irã quer continuar aumentado sua produção até o nível anterior às sanções internacionais
 (Getty Images)

Petróleo: o Irã quer continuar aumentado sua produção até o nível anterior às sanções internacionais (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2016 às 13h47.

Irã e Arábia Saudita voltaram a expressar nesta terça-feira suas divergências sobre como estimular os preços do petróleo, e afastaram um pouco mais a possibilidade de um acordo para congelar a produção na reunião dos países da Opep em Argel.

Os membros da Organização de Países Exportadores de Petróleo realizam na quarta-feira uma reunião informal para tentar reativar o preço do petróleo, muito fraco desde meados de 2014 e que agora está por volta dos 45 dólares o barril.

As divergências, sobretudo entre Irã e Arábia Saudita, afastam um pacto, como já aconteceu em uma reunião parecida em Doha em abril.

"Chegar a um acordo em dois dias não está em nossa agenda", disse nesta terça-feira em Argel o ministro iraniano do petróleo, Bijan Namdar Zanganeh.

"Precisamos de tempo para fazer consultas mais amplas", explicou, apontando que talvez se chegue a um acordo no dia 30 de novembro, durante a reunião ordinária da Opep em Viena.

O Irã quer continuar aumentado sua produção até o nível anterior às sanções internacionais, suspensas depois do acordo histórico de julho de 2015 com as grandes potências sobre seu controverso programa nuclear.

"Não estamos preparados para congelar a produção", disse o ministro, esclarecendo que a meta do país é chegar a 4 milhões de barris diários (mbd), frente aos 3,6-3,8 mbd atuais.

Após as declarações do ministro iraniano, seu colega saudita Jaled al Faleh advertiu que "só um país não pode influenciar no mercado", mas se declarou "otimista" sobre a reunião de quarta-feira, com a esperança de que os produtores "cheguem a uma visão comum".

O secretário-geral da Opep, o nigeriano Mohammed Barkindo, relativizou as divergências.

"O que a República Islâmica do Irã e os demais países membros (da Opep) disseram faz parte das negociações", garantiu.

Segundo uma fonte próxima ao governo argelino, a reunião servirá "no mínimo" para estabelecer as bases de um futuro acordo.

A Rússia, o outro grande exportador de petróleo mundial junto com a Arábia Saudita e que, embora não integre a Opep, participará das discussões de Argel, disse que está disposta a reduzir sua produção, atualmente em níveis máximos, segundo uma fonte próxima ao governo argelino.

No entanto, o ministro russo de Energia, Alexandre Novak, disse à imprensa que seu país não tomará qualquer decisão até que a reunião chegue ao fim.

Já o ministro iraquiano de Petróleo, Jabbar Alí Hussein al Aybi, espera "resultados positivos" do encontro para "estabilizar o mercado petrolífero mundial".

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