Yanis Varoufakis: a duração das negociações tem afetado a economia grega, prejudicada pela falta de liquidez uma vez que deve reembolsar uma parte dos empréstimos ao FMI (AFP/ Emmanuel Dunand)
Da Redação
Publicado em 5 de maio de 2015 às 14h07.
Atenas - "As sérias divergências e contradições entre os credores, União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI), dificultam as negociações" com a Grécia, considerou nesta terça-feira o governo grego.
Assim, em razão desta "impossibilidade de acordo entre as instituições (...) não pode haver qualquer compromisso", ressaltou o governo em um comunicado, observando que a situação é de "exclusiva responsabilidade" dos credores.
O governo grego acusou a UE e o FMI de ter "estratégias diferentes".
"O FMI concordou com a redução do excedente orçamental primário (excluído da dívida) com a intenção de apagar a dívida pública do país para mantê-la viável". Mas o FMI é inflexível sobre "as reformas" do mercado de trabalho e do sistema de pensões, afirma o poder Executivo.
No entanto, a Comissão se "opõe" a qualquer reestruturação da dívida, mas é mais "flexível quanto as rígidas reformas" das pensões e do mercado de trabalho, indica.
"Dada esta grande discrepância, o governo grego decidiu não legislar sobre as reformas antes de um acordo" com os credores.
Atenas e os seus credores tentam há meses chegar a um acordo sobre as medidas que o país deve adotar para permitir a liberação da última parcela de empréstimo ao país, totalizando 7,2 bilhões de euros.
A duração destas negociações tem afetado a economia grega, prejudicada pela falta de liquidez uma vez que deve reembolsar uma parte dos empréstimos ao FMI até 12 de maio, no valor de 769 milhões de euros.
O ministro grego das Finanças, Yanis Varoufakis, em visita a várias capitais europeias para defender a causa de seu país, declarou nesta terça-feira em Bruxelas que não haveria acordo com os credores na reunião de ministros das Finanças da Eurozona, em 11 de maio.
Na segunda-feira, o porta-voz do governo, Gabriel Sakellaridis, ressaltou que o governo estava se movendo em direção a um acordo com os credores, e que este deve ser alcançado "até o final de maio ou final de junho", assegurando que o país honrará suas dívidas.