EUA: país têm um grande déficit comercial de 375 bilhões de dólares com a China (Mike Theiler/Reuters)
Reuters
Publicado em 21 de março de 2018 às 16h53.
Washington - O principal diplomata comercial norte-americano está preparando uma combinação de tarifas sobre as importações chinesas e restrições de investimento para punir Pequim por seu suposto roubo de propriedade intelectual dos Estados Unidos, caso o presidente Donald Trump dê sinal verde, uma medida que pode ocorrer até sexta-feira.
O representante do Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, disse nesta quarta-feira que o setor de alta tecnologia da China será atingido, assim como outros, embora tenha enfatizado que o objetivo é minimizar o impacto sobre os consumidores norte-americanos.
Um funcionário do governo disse à Reuters que o presidente poderia fazer um anúncio na sexta-feira, em um movimento que poderia desencadear temores de uma guerra comercial global. A China ameaçou retaliar com medidas contra as exportações agrícolas norte-americanas se os EUA anunciarem tarifas sobre até 60 bilhões de dólares de importações provenientes da China.
"As soluções, pelo menos no meu julgamento, seriam fazer algo na frente tarifária e algo na frente de investimento e, então fazer outras coisas", disse Lighthizer, advogado e veterano negociador comercial.
Os Estados Unidos têm um grande déficit comercial de 375 bilhões de dólares com a China, causado em grande parte pelo déficit de poupança e pelo crescente déficit orçamentário. Estimativas do custo dos produtos falsificados, softwares pirateados e roubos de segredos comerciais podem chegar a 600 bilhões de dólares, de acordo com um influente estudo.
A conversa sobre uma guerra comercial global surgiu no início deste mês quando Trump anunciou pesadas tarifas sobre as importações de aço e alumínio, com o objetivo de atingir a superprodução chinesa, mas que também atingiu aliados importantes como Canadá, México e União Europeia.
Lighthizer admitiu que a China provavelmente reagiria com medidas sobre as exportações agrícolas dos EUA, especialmente a soja, e disse que se isso acontecer, Washington vai impor "contramedidas", embora tenha dito que "ninguém ganha com uma guerra comercial", uma postura que parece colocá-lo em desacordo com Trump, que classificou as guerras comerciais como "boas e fáceis de vencer".