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Da Redação
Publicado em 16 de junho de 2015 às 10h42.
São Paulo - O ex-diretor do Banco Central e sócio-fundador da Quest Investimentos, Luiz Carlos Mendonça de Barros, afirmou ser muito otimista em relação ao futuro do país, passado o atual período de recessão.
A declaração foi dada durante o evento "Brasil agora na rota certa? Como navegar nos dias de hoje", realizado pela gestora italiana Azimut, que recentemente comprou uma fatia majoritária na Quest.
Barros disse que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, está promovendo um ajuste clássico e que a presidente Dilma Rousseff precisa dele, pelo menos nos dois primeiros anos do seu segundo mandato.
Para o economista, mesmo com a economia no rumo certo, o Brasil deve ver o fim da era PT em 2018.
"O Brasil vive um momento muito rico e que vai redefinir um novo ciclo de crescimento que vamos ter futuramente. Felizmente, a hegemonia política construída pelo PT está desmoronando. Isso quer dizer que uma nova hegemonia política vai ser construída nos próximos anos e, certamente, até porque a sociedade mudou, vai estar à direita", afirmou Barros.
Segundo ele, o ajuste capitaneado por Levy vai provocar uma queda brusca na absorção interna para ajustar a inflação e o déficit em conta corrente.
"Ele não está lançando as bases para o crescimento a não ser a volta de sustentabilidade macroeconomia", afirmou. "Não tenho dúvida da necessidade do Levy na Fazenda. Ele não está lá porque quer, está lá porque é necessário. A gente precisa acabar com essa esquizofrenia de falar que ele vai sair, que não vai conseguir."
O analista afirma que o cenário para daqui a dois anos é muito superior ao de hoje, porque as expectativas vão estar ancoradas de novo e também porque, após uma provável derrota do PT nas eleições municipais de 2016, o Brasil vai estar raciocinando em termos de uma nova gestão política e econômica, que será pautada pelo PSDB.
Ele aponta que, hoje, 70% dos brasileiros vivem da economia formal, ou seja, dependem do desempenho da atividade como um todo e não de programas de transferência de renda.
"Essa nova sociedade, quando for chamada a optar pelo rumo político do País, vai ser claramente pelo caminho representado pelo PSDB, com reformas estruturais importantes que precisam acontecer na economia", afirma.