Economia

Dilma elogia BC e promete “ciclo cauteloso de queda nos juros”

Presidente afirmou que o país vai aproveitar ao máximo a chance que a crise internacional dá para reduzir a Selic

Dilma falou ainda que o Brasil será cada vez mais ousado e corajoso ao tomar medidas para defender sua economia (Alexandre Battibugli/EXAME)

Dilma falou ainda que o Brasil será cada vez mais ousado e corajoso ao tomar medidas para defender sua economia (Alexandre Battibugli/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2011 às 16h07.

São Paulo – A presidente Dilma Rousseff elogiou a postura do Banco Central (BC) ao baixar a taxa básica de juros em meio ponto percentual. Segundo ela, o cenário internacional anuncia uma possível recessão, abrindo espaço para que o Brasil inicie um “ciclo cauteloso e responsável” de redução da Selic.

“Quanto mais a deflação ameaçar a economia internacional permitindo queda nos preços, mais vamos aproveitar. Levaremos as condições monetárias do país ao nível máximo que a conjuntura internacional nos permitir”, disse a presidente. Dilma participou nesta sexta-feira do EXAME Fórum, evento organizado pela revista EXAME para discutir a questão da competitividade da economia brasileira.

Dilma disse que a queda nos juros só foi possível, além dos fatores externos, porque o governo assumiu um compromisso com “a robustez fiscal, aumentando a meta de superávit fiscal em 10 bilhões de reais em 2011.”

A presidente enfatizou, entretanto, que o ciclo de queda dos juros só será possível se as condições externas permitirem. “É uma questão de ver a relação entre crise e oportunidades. É nossa hora de oportunidades para construir e nos fazer ocupar o lugar que merecemos”, afirmou a presidente.

Proteção

Dilma voltou a falar sobre a questão do uso de medidas protecionistas na economia brasileira. Segundo ela, o governo tem consciência da seriedade da crise global, e que a perspectiva é de redução da renda e da demanda internacional. Exatamente por esta razão o governo vai continuar atuando “com coragem e ousadia, de forma defensiva”.


“Sabemos que a redução da atividade internacional, o aumento do desemprego e da instabilidade aumentam o protecionismo internacional. Estamos atentos, adotando medidas para nos proteger, seja de consequências financeiras, seja de competição desleal”, afirmou.

Para Dilma, a principal forma de proteger o país será enfatizar a geração e agregação de valor dentro do Brasil, em vez de achatar salários ou usar artifícios cambiais. Segundo a presidente, foi com este pensamento que o governo criou sua política de IPI dos automóveis importados.

Esta medida, que, segundo a presidente, é “escancarada”, será usada como instrumento de desenvolvimento. Ela afirmou que não quer que o país volte “às velhas práticas de proteção por proteção.”

“Somos fortes para enfrentar efeitos da crise. Não vamos temer o vale tudo do processo de competição internacional nascido do fato de que mercados financeiros estão completamente fora de controle. Sabemos que não somos uma ilha, e que temos todos os instrumentos para, desta vez, ter um país que, apesar de não ser inatingível, terá as muralhas necessárias para se proteger dos efeitos da crise.” 

Acompanhe tudo sobre:Dilma Rousseffeventos-exameEXAME FórumGoverno DilmaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo