Produtos da cesta básica: Dilma Rousseff disse que a decisão de incluir a carne na lista de produtos beneficiados foi a "mais custosa" (Jorge Araújo/Folha Imagem)
Da Redação
Publicado em 12 de março de 2013 às 19h18.
Água Branca (AL) - A presidente Dilma Rousseff destacou a importância do corte de impostos federais dos produtos da cesta básica como medida para diminuir a inflação. Por conta da forte alta dos preços em janeiro e fevereiro, o Palácio do Planalto resolveu antecipar em quase dois meses a medida.
"A redução dos impostos da cesta básica é muito boa porque diminui a inflação e melhora a renda dos assalariados e de qualquer brasileiro, porque permite que ele compre o mesmo produto por um preço menor", afirmou Dilma, que participou, em Água Branca (AL), da entrega de dois trechos do Canal do Sertão, obra que desvia águas do Rio São Francisco para o interior alagoano.
A persistência da inflação em patamar elevado tem preocupado o governo. O Banco Central já indicou que poderá iniciar, ainda este ano, um novo ciclo de alta da taxa básica de juros para trazer o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que baliza a política de metas de inflação, para um patamar menor do que o verificado no ano passado, quando subiu 5,84%.
Dilma destacou durante seu discurso a decisão do governo de incluir a carne na lista de produtos beneficiados com o corte de impostos. "A cesta básica do brasileiro tem que ter carne", afirmou a presidente, ponderando que essa decisão foi a "mais custosa".
A desoneração das carnes responde por quase 39% do dinheiro que o governo deixará de arrecadar este ano. As projeções feitas pela equipe econômica indicam que, somente em 2013, o corte de tributos da cesta básica fará com que o Tesouro Nacional deixe de arrecadar R$ 5,5 bilhões. A manutenção do benefício terá um custo anual de R$ 7,3 bilhões. "Essa cesta básica é crucial: quanto mais barata ela for, melhor para o Brasil", disse Dilma.
Contra corrente
A desoneração da cesta básica foi incluída pela presidente na lista de ações que o governo tem tomado para incentivar a economia, que registrou baixas taxas de expansão nos últimos dois anos. Dilma citou o corte na taxa de juros, a criação de empregos e outras desonerações já promovidas. Na visão da presidente, o Brasil "nada contra a corrente internacional" ao tomar essas medidas.
Dilma afirmou que a situação do Brasil é similar a de uma pessoa que compra uma casa e faz pequenas reformas. "Nossa economia é forte, mas nós estamos igual quando você consegue comprar uma casa, todo mundo quer dar uma melhoradinha, nós temos de querer melhorar o nosso País".
A presidente deixou claro que os incentivos dados à produção tem como objetivo garantir uma expansão mais forte do Produto Interno Bruto (PIB) do País. "Mas não vai crescer porque nós achamos bonito falar que o PIB cresceu. Vai crescer porque isso é essencial para melhoria de vida de cada brasileiro".