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Da Redação
Publicado em 12 de dezembro de 2012 às 13h51.
Paris - A presidente Dilma Rousseff, no segundo dia de sua visita oficial à França, a criticou nesta quarta-feira as políticas que se limitam aos cortes e ajustes para fazer frente à crise, já que, segundo ela, as medidas de austeridade não são eficazes em termos econômicos e só provocam "mais recessão e mais desemprego".
"A austeridade por si só provoca mais recessão, mais desemprego", já que "fazer ajustes orçamentários não é eficaz se não for feito em um marco de crescimento", declarou Dilma em um longo discurso na sede da patronal francesa Medef.
Neste aspecto, a presidente insistiu que os cortes causam "uma desestruturação social e produtiva daninha à economia". Segundo Dilma, o restabelecimento da atividade econômica depende de projetos a longo prazo.
Em seu segundo dia de visita oficial à França, a presidente constatou que, por causa dos problemas na zona do euro e da ameaça do "abismo fiscal" nos Estados Unidos, "a crise se fez crônica" e também passou a causar impactos em países emergentes.
De acordo o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, que também estava presente no encontro, a economia brasileira crescerá "em torno de 1%, abaixo do que tínhamos previsto", embora espera-se que o ritmo de progressão passe a se situar em 4% a partir do primeiro trimestre de 2013.
Dilma defendeu os programas de estímulo da atividade e de distribuição de renda, os quais, nos últimos dez anos, permitiram a criação de 17 milhões de empregos, tiraram 40 milhões de pessoas da pobreza e passaram a engrossar uma classe média que agora é de 105 milhões de habitantes, ou seja, 55% da população do país.
"Nossos resultados foram importantes para a constituição de um mercado de massas no Brasil graças a um crescimento econômico com distribuição de riqueza e com as finanças públicas saneadas", precisou a presidente, assinalando em particular que a dívida brasileira representa 35% do Produto Interno Bruto.
Durante seu discurso na sede da patronal francesa Medef, Dilma convidou os empresários franceses a investir no mercado brasileiro, especialmente nas infraestruturas, e defendeu intercâmbios comerciais "mais equilibrados" entre os dois países, já que o Brasil não quer se limitar a ser um exportador de matérias-primas, mas "ser também uma potência nos produtos manufaturados".