Economia

Dilma defende diálogo 'entre iguais' com Estados Unidos

A chefe de estado defendeu o protagonismo do grupo dos BRICs, que são, de acordo com a governante, as economias ''mais dinâmicas'' hoje em dia

Dilma: ''Cada vez mais buscamos um diálogo entre nações iguais'' (Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)

Dilma: ''Cada vez mais buscamos um diálogo entre nações iguais'' (Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2012 às 10h25.

Washington - A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta segunda-feira um diálogo ''entre iguais'' com os Estados Unidos e o aproveitamento do potencial da relação bilateral para ''reequilibrar'' o comércio entre os dois países, durante discurso num fórum com empresários realizado em Washington.

''Cada vez mais buscamos um diálogo entre nações iguais'', destacou Dilma ao indicar que o Brasil é consciente ''da importância dos Estados Unidos nesta conjuntura de crise para a reconstrução da prosperidade internacional''.

No entanto, a presidente lembrou que no mundo multipolar de hoje as relações entre os países devem refletir ''a nova distribuição de poder'' e dar lugar a ''um sistema internacional mais inclusivo e cooperativo''. O fórum foi realizado na Câmara de Comércio dos Estados Unidos.

A chefe de estado defendeu o protagonismo do grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que são, de acordo com a governante, as economias ''mais dinâmicas'' hoje em dia.

Os Brics reúnem 43% da população mundial e 25% da riqueza, e geraram 56% do crescimento econômico registrado no mundo nos últimos anos.

Assim como fez após o término de sua reunião na Casa Branca com o presidente de EUA, Barack Obama, Dilma aproveitou o fórum para expressar sua preocupação pelas políticas monetárias expansivas dos países ricos.


Essas políticas, que provocam uma ''desvalorização artificial da moeda nos países desenvolvidos'', estão ''diminuindo a competitividade dos emergentes'', opinou a líder.

Se não forem modificadas, essas políticas monetárias ''serão bastante nocivas para aqueles que são hoje o motor do crescimento internacional'', acrescentou Dilma.

Por outro lado, a presidente propôs aproveitar o ''potencial'' da relação com os Estados Unidos para ''reequilibrar'' o comércio bilateral, que apresenta um saldo ''desfavorável'' para o Brasil.

Segundo os últimos dados do Departamento de Comércio dos EUA, entre janeiro e dezembro de 2011 o déficit brasileiro somou US$ 11,572 bilhões, frente aos US$ 11,467 bilhões de 2010.

''É necessário ampliar a troca educacional e científica'', assim como aproveitar as oportunidades de cooperação na área dos biocombustíveis, ponderou Dilma.

No setor educativo, o governo pretende enviar 100 mil estudantes de graduação e pós-graduação para as 50 melhores universidades do mundo e pelo menos 20% deles irá para os Estados Unidos.

Nesta terça-feira, Dilma dará uma palestra na Universidade de Harvard, em Boston. 

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