Segundo a presidente, o governo está empenhado em garantir o crescimento mesmo diante da crise internacional (Roberto Stuckert Filho/PR)
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2011 às 21h59.
São Paulo - A presidente Dilma Rousseff reafirmou nesta quarta-feira que o Brasil não está imune aos efeitos da crise econômica mundial, mas que a proteção virá da solidez fiscal e da expansão do mercado interno.
Segundo ela, o país tem todos os instrumentos necessários para ajustar, quando necessário, sua política monetéria. Ela citou como ferramenta adicional o depósito compulsório dos bancos, estimado em 440 bilhões de reais. Essa é a parcela dos depósitos das instituições financeiras que fica presa no Banco Central (BC) e, se liberadas, injetam mais recursos na economia, estimulando o consumo.
"Nosso país sabe que ter 440 bilhões de reais de compulsório depositado dos bancos nos permite enfrentar internamente qualquer problema de crédito sem recorrer de forma imediata, nem de médio prazo, ao nosso orçamento, o que muitos países do mundo não têm condições de fazer", discursou a presidente durante a comemoração de 60 anos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Ela salientou que o pais promoveu um corte no Orçamento de 50 bilhões de reais no começo do ano e que isso contrasta com "práticas absurdas que nós vemos nos países desenvolvidos, de grandes déficits, de grandes endividamentos".
Segundo a presidente, o governo está empenhado em garantir o crescimento mesmo diante da crise internacional, que segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já está apresentando desdobramentos para os países emergentes.
"E uma coisa nós aprendemos. Nós aprendemos que não é com recessão que se enfrenta a crise. É com solidez fiscal, mas é com crescimento também," disse.
Discursando para uma plateia de grandes produtores rurais, Dilma disse que eles são parte da solução da crise internacional e pediu que o setor se empenhe para a construção do consenso em torno do novo Código Florestal, que tramita no Senado.
"A mesma maturidade para o diálogo que nos permitirá aprimorar juntos a nossa política agrícola deve nos orientar na busca e na construção de um consenso em torno do novo Código Florestal... O Brasil não precisa e não pode contrapor seu papel de potência agrícola à preservação das nossas riquezas naturais, da nossa biodiversidade", discursou.
Depois que for aprovada pelos senadores, o texto do novo código ainda terá que ser analisada novamente pelos deputados, já que está sofrendo alterações no Senado.
A conclusão da votação só deve ocorrer no primeiro semestre do ano que vem e há vários pontos polêmicos que opõem governo, ruralistas e ambientalistas.