Economia

Diferenças de emprego e renda diminuem desde 2003

O estudo mostra que quanto mais qualificado e escolarizado o trabalhador maior é a chance de permanecer ocupado e com maior o rendimento


	Empregos: o avanço positivo nos últimos dez anos é o aumento de 37,3% no rendimento médio do trabalhador sem instrução ou com menos de oito anos de escolaridade.
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Empregos: o avanço positivo nos últimos dez anos é o aumento de 37,3% no rendimento médio do trabalhador sem instrução ou com menos de oito anos de escolaridade. (Marcos Santos/USP Imagens)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2013 às 14h50.

Rio de Janeiro – As disparidades no Brasil referentes ao emprego vêm diminuindo ano a ano desde 2003, segundo a Pesquisa Nacional de Emprego, divulgada hoje (31), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE.

Uma pessoa negra ocupada em dezembro de 2012 ganhava 56,18% do rendimento médio de um branco. Em Salvador, o indicador era 44,2%, embora a maioria da população da Bahia seja composta por negros e pardos. Ainda segundo o IBGE, uma mulher ganhava 72,7% do rendimento do homem. Na região metropolitana de Belo Horizonte o percentual chegava a 65,6%.

“Essas mudanças relacionadas a gênero ou raça não acontecem apenas por fatores econômicos. Existem questões culturais e estruturais que também interferem na inserção de trabalhadores com esse perfil”, explicou uma das coordenadoras da pesquisa, Adriana Beringuy.

A distribuição da população desocupada, segundo o sexo e a cor ou raça mostrou predominância dos homens pretos ou pardos (54,1%) em relação aos homens brancos (45,3%), assim como das mulheres pretas ou pardas (54,4%) em relação às mulheres brancas (44,9%).

Entre 2011 e 2012, as pessoas de cor branca também tiveram taxa de desocupação (3,1%) menor que entre as pessoas de cor preta ou parda (5%). A taxa de desocupação de uma mulher branca era de 5% e a de uma mulher preta ou parda chegava a 8,8%.

Para o pesquisador Cimar Azeredo, que também coordenou o estudo, apenas a educação será capaz de acabar com as disparidades sociais e econômicas. “A pesquisa reflete ao longo desses dez anos poucas melhorias neste cenário. A grande mazela que temos que enfrentar para chegar a um bom nível de desemprego é diminuir as desigualdades, que começa pela educação”.


O estudo mostra que quanto mais qualificado e escolarizado o trabalhador maior é a chance de permanecer ocupado e com maior o rendimento. “A escolaridade significa redução das barreiras de entradas, a possibilidade de permanência e, uma vez permanecendo, de ter salários maiores”, disse a economista.

O avanço positivo nos últimos dez anos é o aumento de 37,3% no rendimento médio do trabalhador sem instrução ou com menos de oito anos de escolaridade. O rendimento médio das pessoas com nível superior aumentou 0,7% no mesmo período. O rendimento médio dos trabalhadores sem instrução ou com menos de oito anos de escolaridade era R$ 952, e o das pessoas com nível superior era R$ 4.098 em dezembro passado.

Acompanhe tudo sobre:DesempregoEmpregosEstatísticasIBGE

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto