Geadas no Sul fizeram alta no preço do tomate ser maior na região (Hedwig Storch/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 9 de fevereiro de 2012 às 14h34.
São Paulo - O tomate foi o item que mais influenciou no aumento de preço médio da cesta básica em junho, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O alimento apresentou alta em 16 das 17 capitais analisadas pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica, com destaque para aumento em Florianópolis (35,97%), Porto Alegre (25,84%) e Curitiba (23,79%). O tomate já havia sido o vilão da inflação da cesta básica em maio.
Segundo o Dieese, a alta no preço do tomate em junho foi verificada principalmente na Região Sul por conta da ocorrência de geadas que afetaram a plantação. No período de 12 meses, os maiores aumentos no preço do tomate foram verificados no Rio de Janeiro (52,61%), em Fortaleza (49,64%) e em Florianópolis (48,82%).
O Dieese informou hoje que 12 entre as 17 capitais brasileiras avaliadas na Pesquisa Nacional da Cesta Básica apresentaram alta nos preços dos alimentos essenciais em junho. O destaque do levantamento, divulgado hoje, ficou com Florianópolis: aumento de 4,44%. Já Goiânia registrou a variação negativa mais expressiva (-3,23%).
São Paulo foi pelo nono mês consecutivo a cidade com a cesta básica mais cara do País. O preço dos 13 alimentos essenciais que compõem a cesta da capital paulista chegou a R$ 273,48 em junho, com alta de 0,18% em relação a maio.
Salário mínimo
O salário mínimo para o trabalhador cobrir suas despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência deveria ser, em junho, de R$ 2.297,51, ou 4,22 vezes o mínimo em vigor, de R$ 545, segundo a pesquisa realizada pelo Dieese e divulgada hoje. Em junho do ano passado, o Dieese estimou o valor mínimo para o piso nacional em R$ 2.092,36, ou 4,1 vezes o salário da época, de R$ 510.
A relação do valor estipulado pelo Dieese em junho com o mínimo hoje em vigor é maior que a verificada em maio de 2011, quando o Dieese havia apontado que o salário básico para suprir as necessidades básicas deveria ser de R$ 2.293,31, ou 4,21 vezes o piso.
De acordo com o levantamento, o trabalhador que ganha o salário mínimo de R$ 545 teve de trabalhar em média, nas 17 capitais pesquisadas, 96 horas e 5 minutos para pagar a cesta básica em junho. Esse tempo é 49 minutos superior à estimativa de maio. Em junho de 2010 a cesta básica comprometia 94 horas e 56 minutos de trabalho.
A cesta básica em junho, segundo o Dieese, comprometeu 47,47% do salário mínimo, após a dedução da parcela referente à Previdência Social. Em maio essa relação era de 47,07% e em junho do ano passado, de 46,90%.