Economia

Reajuste com ganho real deve se manter em 2014, diz Dieese

Segundo balanço da entidade divulgado na quarta, 87% dos reajustes salariais de 671 unidades de negociação em 2013 ficaram acima da inflação medida pelo INPC


	Dinheiro: para coordenador de relações sindicais do Dieese, expectativa é que crescimento da economia em 2014 não seja muito diferente de 2013, quando o PIB avançou 2,3%.
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Dinheiro: para coordenador de relações sindicais do Dieese, expectativa é que crescimento da economia em 2014 não seja muito diferente de 2013, quando o PIB avançou 2,3%. (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2014 às 15h39.

São Paulo - A proporção de ganhos salariais acima de inflação deve registrar este ano um resultado bastante próximo ao de 2013 e manter uma trajetória de estabilidade.

A avaliação é do coordenador de relações sindicais do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), José Silvestre Prado de Oliveira.

"Isso estará condicionado à variação da inflação e também ao crescimento da economia", ponderou, durante entrevista coletiva em São Paulo.

Segundo balanço da entidade divulgado nesta quarta-feira, 2, 87% dos reajustes salariais de 671 unidades de negociação em 2013 ficaram acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para Silvestre, a expectativa é que o crescimento da economia em 2014 não seja muito diferente de 2013, quando o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 2,3%.

"Além disso, o mercado de trabalho vai na mesma direção, e não deve ter alteração do ponto de vista da taxa de desemprego", disse. "Considerando esse quadro, se essas expectativas se confirmarem, os resultados (de reajustes salariais) devem seguir uma trajetória de estabilidade", complementou.

Em relação à alta de preços, Silvestre considerou que, caso a inflação saia do controle, isso pode gerar uma dificuldade adicional para alguns setores na conquista de ganhos reais de salários.

Sérgio Luiz Leite, o Serginho, secretário da Força Sindical, que também esteve na coletiva, disse que uma das preocupações é que alguns preços represados possam subir após as eleições, prejudicando as negociações salariais no segundo semestre.

Ainda segundo Serginho, outros fatores que devem ser levados em consideração são o término das obras da Copa do Mundo, que pode afetar o desempenho de serviços, e o crescimento da indústria, que tem uma influência expressiva sobre os outros setores.

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