Dia das Mães: o resultado deve ser 4,3% maior em relação às vendas de 2017 (flil/Thinkstock)
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de abril de 2018 às 08h29.
O desempenho do Dia das Mães deste ano deve ser o melhor desde 2013 especialmente por causa da inflação baixa. Tida como o Natal do primeiro semestre pela forte importância nas vendas do varejo, a data deve movimentar R$ 9,4 bilhões em produtos e serviços este ano, uma cifra 4,3% maior em relação às vendas de 2017, segundo projeções da Confederação nacional do Comércio (CNC).
O principal fator para sustentação desse aumento real de faturamento é a inflação baixa, destaca o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, responsável pelas projeções.
Em 12 meses até abril, os preços de uma cesta de 19 itens, entre produtos e serviços mais consumidos na data, acumulou alta de 1,8%, apontam dados da prévia da inflação oficial, apurados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) 15 do IBGE.
"É a inflação mais baixa para essa cesta de produtos e serviços em 18 anos que deve impulsionar as vendas do dia das Mães", diz o economista. No ano passado, os preços dos produtos e serviços mais consumidos na data tinham subido 4%.
Neste ano, vários itens da cesta acumulam queda de preço em 12 meses. Chocolate e televisores, por exemplo, encabeçam a lista, com quedas expressivas nos preços, de 12% e 4,7%, respectivamente.
Bentes pondera que a projeção para o Dia das Mães já considera a perda de fôlego que houve nas vendas do comércio varejista em janeiro e fevereiro. No primeiro bimestre, o comércio varejista não saiu do lugar em relação ao mês anterior, afetado pelo encarecimento do crédito, diz.
Com isso, a CNC reduziu de 5,2% a projeção de vendas do varejo como um todo para este ano. "Se tivéssemos feito essa projeção antes da divulgação dos resultados de janeiro e fevereiro, o Dia das Mães seria um pouco maior, talvez com um avanço de 4,5%."
Itens de vestuário devem responder pela maior parte do faturamento do Dia das Mães, isto é, por quase 40% do volume de negócios. A expansão das vendas desse segmento deve ser 4,8% ante 2017.
Em seguida estão móveis e eletrodomésticos, com participação de 17% na receita e artigos de uso pessoal e doméstico, com 14%. A expectativa da CNC é que os artigos de uso pessoal e doméstico registrem expansão de 12,7% nas vendas este ano, a maior taxa de crescimento em relação aos demais segmentos na comparação com 2017.
Bentes destaca que, como ocorre desde o ano passado, há uma melhora gradual nas vendas em datas comemorativas e no Dia das Mães deste ano não deve ser diferente.
Essa recuperação gradual das vendas deve ter impactos positivos no emprego do setor. A CNC calcula que 21,1 mil temporários devem ser admitidos para trabalhar no período que antecede o Dia das Mães deste ano. Em 2017 foram abertos 20,4 mil postos formais na data. A média do salário inicial dos temporários deste ano é de R$ 1.120, uma cifra 3% maior do que a oferecida na mesma data de 2017.
Outro dado positivo apontado pela CNC, por conta da recuperação da economia, é que neste ano há mais chances desses trabalhadores temporários continuarem empregados depois do Dia das Mães. A entidade estima em 6,7% o índice de retenção de trabalhadores ante 5% no ano passado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.