O secretário do Tesouro americano, Jacob Lew: embora a falta de um orçamento para o ano fiscal 2014 "crie uma incerteza adicional", isso não modifica a posição do Tesouro (Saul Loeb/AFP)
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2013 às 07h36.
Washington - O secretário do Tesouro americano, Jacob Lew, disse nesta terça-feira que o Congresso não terá "tempo suplementar" para aumentar o teto da dívida dos EUA, após 17 de outubro.
Depois desse prazo, "vão nos restar US$ 30 bilhões na Tesouraria para honrar os compromissos do nosso país", ressaltou Lew em carta enviada ao presidente da Câmara de Representantes, o republicano John Boehner.
Esse montante está "muito abaixo do que o Tesouro pode gastar em um único dia, que seriam cerca de US$ 60 bilhões", acrescentou o secretário Lew, que pediu aos congressistas que "ajam imediatamente".
Na carta, Lew ressalta que a falta de um acordo pelo orçamento, que forçou nesta terça o fechamento parcial de escritórios e agências do governo, não modifica as projeções para alcançar esse limite.
Embora a falta de um orçamento para o ano fiscal 2014 "crie uma incerteza adicional", isso não modifica a posição do Tesouro, a menos que a paralisia se prolongue, acrescentou.
Os congressistas republicanos se negaram tanto a aprovar o orçamento para o ano fiscal iniciado nesta terça quanto a elevar o teto da dívida de US$ 16,7 bilhões.
O país tem um déficit de cerca de US$ 60 bilhões de dólares por mês e precisa se endividar mais para financiar esse déficit.
O Tesouro tem conseguido operar no limite desde maio, recorrendo a "medidas extraordinárias" para pagar as contas do país - desde os salários e pensões até o serviço da dívida.
Lew ressaltou que essas medidas atingiram o esgotamento, o que torna necessário recorrer a novos endividamentos para 17 de outubro. Caso contrário, o país entrará em 'default'.
"Se não contarmos com o dinheiro suficiente, será impossível que os Estados Unidos cumpram todas as suas obrigações pela primeira vez na história", escreveu Lew a Boehner.