Barbosa disse que o governo já atuou até onde acha que deveria na questão cambial (Artur Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 30 de junho de 2014 às 13h58.
São Paulo - O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, disse hoje (23) que o governo não pensa em fazer novas intervenções na área cambial. “Não temos meta para a taxa de câmbio e nós achamos que, neste momento, principalmente, devido ao contexto internacional e à concorrência internacional, uma depreciação adicional do real teria mais efeitos negativos do que positivos sobre a economia brasileira”, ressaltou.
Barbosa observou que a cotação do dólar na média de R$ 1,80 já ajudou a reduzir a perda de competitividade que tem afetado a indústria de transformação brasileira. Para o secretário, esse patamar reflete as ações que o governo adotou recentemente. Entre as medidas tomadas está a elevação da tributação sobre os investimentos externos de curto e médio prazo. Barbosa lembrou que a valorização da moeda norte-americana está também associada ao quadro internacional.
Ele deu essas informações logo após participar do seminário Crescimento com Estabilidade - Novo Desenvolvimentismo no Brasil, promovido pela Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV-SP).
No encontro, estava prevista também a participação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que cancelou a ida, no início da noite de ontem (22), sob a justificativa de atender a solicitações do Palácio do Planalto na preparação da viagem da presidente Dilma Rousseff para a Índia.
Barbosa disse que o governo já atuou até onde acha que deveria na questão cambial e que deve agora trabalhar em outros pontos que podem elevar o nível de competitividade do país, como a desoneração da folha de pagamento, que funcionaria como “uma espécie de depreciação cambial para os setores de produção de bens comercializáveis”.
O governo estuda retirar a alíquota de 20% recolhida sobre os ganhos dos trabalhadores e estabelecer uma compensação sobre o faturamento, cujo percentual não deve ficar acima de 1,5%, de acordo com o secretário executivo. Para Nelson Barbosa, essa medida é favorável às empresas exportadoras.