Bandeira da Venezuela: analistas afirmaram, contudo, que a medida terá um impacto negativo na inflação do país, que fechou em 20,1% em 2012 e é a mais alta da região. (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2013 às 16h02.
Caracas - O governo venezuelano relatou normalidade no fornecimento de divisas, ao entrar em vigência, nesta quarta-feira, a desvalorização da moeda oficial, o bolívar, que passou de 4,30 a 6,30 por dólar, informou o ministro de Planejamento e Finanças, Jorge Giordani.
"O regime cambial continua no sistema administrado de divisas. (...) Já a política se modificou com essa taxa de 4,30 a 6,30. Estamos operando em completa normalidade durante todos esses dias", disse Giordani ao canal oficial VTV.
O decreto de modificação da taxa de câmbio se tornou efetivo ao ser publicado na Gazeta Oficial, depois que o governo anunciou a medida na sexta-feira, a primeira deste tipo desde 2010 e muito esperada pelos analistas.
Segundo o ministro, a oficial Comissão de Administração de Divisas (Cadivi), que fornece dólares a empresas e particulares "está funcionado adequadamente".
Além disso, destacou que o recém criado Órgão Superior para a Otimização do Sistema Cambial, composto pelo governo e o Banco Central para avaliar as prioridades de alocações de divisas, instalado no sábado, "já começará a sugerir e dar recomendações".
A partir de agora, o Cadivi será o único mecanismo para obter divisas, após a eliminação do Sitme, um sistema que permitia uma taxa de câmbio secundário fixo em 5,30 bolívares por dólar e que era muito usada para importações de bens não prioritários.
Os venezuelanos, que vivem sob um estrito controle do câmbio desde 2003, saíram às compras de eletrodomésticos ou passagens aéreas durante o Carnaval para proteger seu dinheiro de uma alta de preços, após a desvalorização.
O ministro da Indústria, Ricardo Menéndez, afirmou que não é verdade que, "como há um ajuste cambial então os preços de todos os produtos devem ser ajustados novamente".
Analistas afirmaram, contudo, que a medida terá um impacto negativo na inflação do país, que fechou em 20,1% em 2012 e é a mais alta da região, devido ao encarecimento das importações, das quais o país sul-americano é muito dependente.