Economia

Despesas no Orçamento de 2018 sobem R$ 44,5 bilhões

Quase tudo é direcionado à descompressão das despesas discricionárias, que haviam sido sacrificados na 1ª versão do Orçamento

Orçamento (Vinicius Tupinamba/Thinkstock)

Orçamento (Vinicius Tupinamba/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de outubro de 2017 às 18h13.

Brasília - Para equilibrar o Orçamento de 2018, o governo incorporou R$ 14,5 bilhões em novas receitas líquidas, além do espaço adicional de R$ 30 bilhões com a nova meta fiscal, que permite rombo de até R$ 159 bilhões.

Com isso, conseguiu espaço para ampliar em R$ 44,5 bilhões as suas despesas - quase tudo direcionado à descompressão das despesas discricionárias, que haviam sido sacrificados na primeira versão do Orçamento, ainda sob a meta antiga de déficit de R$ 129 bilhões, e nos quais estão incluídos os investimentos.

Segundo o Ministério do Planejamento, as medidas de receitas incluem a mudança no Imposto de Renda dos fundos exclusivos de investimento (R$ 6 bilhões), a ampliação da alíquota previdenciária de servidores (R$ 2,2 bilhões, maior que o previsto antes, que era R$ 1,9 bilhão), a reoneração da folha de pagamento (8,3 bilhões) e impactos de mudanças em "parâmetros e realização" (R$ 1,1 bilhão).

Como mostrou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, mais cedo, o presidente Michel Temer assinou hoje as Medidas Provisórias (MPs) das medidas.

Por outro lado, há impactos negativos com a menor arrecadação de Cofins, por conta da reoneração da folha de pagamento, de R$ 2,5 bilhões, além de uma redução de R$ 0,6 bilhão na estimativa com concessões para o ano que vem.

Nas despesas, o maior crescimento líquido veio dos gastos discricionários, com ampliação de R$ 47,6 bilhões. Ao todo, as despesas discricionárias passaram de R$ 200,22 bilhões no projeto original para R$ 250,183 bilhões na mensagem modificativa do Orçamento de 2018. Em valores atuais nominais, esse patamar fica acima inclusive do que está previsto para 2017 (R$ 245,767 bilhões).

Já o adiamento do reajuste que seria dado a servidores civis trará uma economia de R$ 4,4 bilhões, segundo o Planejamento, menos que o anunciado em 15 de agosto, quando o governo disse que o ganho seria de R$ 5,1 bilhões.

A equipe econômica também estima redução de R$ 1,9 bilhão nos gastos com Previdência, possivelmente por conta da revisão para baixo da estimativa de salário mínimo em 2018. Também há um gasto R$ 3 bilhões menor com o ressarcimento do Tesouro ao INSS pela desoneração da folha (a reoneração livra o governo de continuar fazendo a compensação).

Por outro lado, a previsão de despesas cresceu com mais gastos com compensação aos Estados por desoneração de ICMS nas exportações segundo a Lei Kandir (R$ 1,9 bilhão), reprojeção de despesas obrigatórias (R$ 4,3 bilhões).

Previdência

O Ministério do Planejamento informou que, com o aumento da projeção de alta da massa salarial e com a queda do valor do salário mínimo para o próximo ano, o déficit da Previdência projetado para 2018 ficou em R$ 11,6 bilhões menor.

Com isso, a previsão de rombo no INSS, que era de R$ 204,4 bilhões no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2018, agora passa a ser de R$ 192,8 bilhões na mensagem modificativa que será enviada pelo governo ao Congresso Nacional.

Para 2017, a projeção do governo é de um saldo negativo de R$ 184,2 bilhões nas contas previdenciárias.

Acompanhe tudo sobre:Dívida públicaGoverno TemerMinistério do PlanejamentoOrçamento federal

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto