Loja do Pão de Açúcar: em pronunciamento, o ministro da Fazenda anunciou hoje que renunciará ao imposto sobre a folha de pagamento do varejo e, em vez disso, aplicará tributo de 1% sobre o faturamento das empresas (Alexandre Battibugli/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 19 de dezembro de 2012 às 19h05.
Brasília - O presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Júnior, disse nesta quarta-feira que o setor "ficou muito feliz" com a notícia de prorrogações de isenções de IPI para eletrodomésticos. Mas sobre a desoneração da folha de pagamentos para o setor a partir de abril, o presidente da CNDL considerou que dificilmente o comércio poderá repassar a redução dos custos para os preços ao consumidor, conforme pediu o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao anunciar a ampliação da renúncia fiscal sobre a mão de obra para o varejo.
"Diferentemente da indústria, o comércio sente mais o peso do (custo do) produto, que vem da indústria, do que o da mão de obra. O repasse da desoneração não deve ser tão grande, mas a medida mantém a capacidade do empresário de investir. Este é o principal ponto", defendeu.
Mais do que agradar varejistas e incentivar o consumo, Pellizzaro acredita que a ação do governo no IPI tem como objetivo evitar "um choque pesado" de inflação no primeiro bimestre do ano por causa do aumento de combustíveis e do salário mínimo em janeiro, que passa a pesar a partir de fevereiro. Se somar a isso o aumento do retorno dos impostos, o Brasil poderia sofrer. A medida é, portanto, inteligente, pois agrada o setor e preserva o controle da moeda brasileira."
Pellizzaro não acredita que as medidas anunciadas hoje possam levar os consumidores a prorrogar sua decisão de compra para o futuro e gerar impacto negativo sobre as vendas de Natal. "O Natal tem força própria de vendas, estímulo próprio. Isso não vai desanimar o consumidor", previu.