Economia

Desigualdade diminui em 90% dos municípios brasileiros

Índice de Desenvolvimento Municipal é superior nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste

62,9% das cidades têm desenvolvimento moderado a alto, segundo Firjan (Divulgação/Imovelweb)

62,9% das cidades têm desenvolvimento moderado a alto, segundo Firjan (Divulgação/Imovelweb)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2011 às 14h30.

Rio de Janeiro - O Índice de Desenvolvimento Municipal (IFDM) produzido pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), divulgado na última sexta-feira, aponta gradual tendência de redução da desigualdade entre as 5.564 cidades brasileiras, no que respeita à qualidade dos serviços disponibilizados pelos municípios nas áreas da educação e da saúde; e à oferta de emprego e renda.

De acordo com a Firjan, em uma década mais de 90% dos municípios apresentaram crescimento de seus IFDMs e, no mesmo período, caiu de 18,2% para 0,4% a presença de cidades com índices de baixo desenvolvimento, situação que persiste em 22 municípios, todos do Norte e do Nordeste.

Apesar da evolução encontrada pelo IFDM, a Firjan identificou que persiste o retrato do país dividido em dois: de um lado, estão os indicadores superiores dos municípios do Sudeste, Sul e Centro-Oeste; do outro, as pontuações mais baixas para cidades do Norte e Nordeste.

Iniciado em 2008, quando comparou os anos de 2005 e 2000, o índice Firjan classifica as localidades com pesos que variam de 0 (mínimo) a 1 (máximo). Os critérios de análise estabelecem quatro categorias: baixo desenvolvimento, de 0 até 0,4; regular, 0,4001 a 0,6; moderado, 0,6001 a 0,8; e alto desenvolvimento, de 0,8001 até 1. Para a composição, são utilizadas as estatísticas oficiais municipalizadas, divulgadas pelos Ministérios: do Trabalho; da Educação; e da Saúde.

Crescimento do IFDM por Região do País

Nos dados de 2009 (os mais recentes disponibilizados pelas fontes de consulta, segundo a Firjan), o acompanhamento da evolução socioeconômica dos 5.564 municípios brasileiros revelou: o país tem 62,9% de cidades com desenvolvimento moderado a alto; o Centro-Oeste está bem próximo do patamar do Sudeste; e o Norte e o Nordeste vão demandar, respectivamente, 20 e dez anos para chegar à condição das Regiões mais desenvolvidas.


O Centro-Oeste destacou-se na análise da Firjan, ao aumentar sua participação entre os municípios com índice de desenvolvimento moderado (entre 0,6 e 0,8); e alto (acima de 0,8), evoluindo, de 50% em 2006, para 83,4% em 2009.

Com o resultado, o Centro-Oeste aproximou-se do Sudeste, que tem 86% dos seus municípios com IFDM moderado ou alto (em 2006, eram 79%). O Sul consolidou sua posição privilegiada, com 96,2% dos seus municípios apresentando tais condições.

O Nordeste revelou avanços, com aumento do índice de desenvolvimento em 74,8% dos municípios. A Região passou de 7,7% de cidades na faixa acima de 0,6 ponto, para 24,6%. Contudo, a situação ainda preocupa, comenta a Firjan, já que em 382 municípios (21,3%) foi registrada a redução de indicadores, e o IFDM classificado como baixo (menor que 0,4), ou regular (entre 0,4 e 0,6).

A Região Norte desenvolveu-se em ritmo mais lento, subindo sua participação de 10% para 22,1% de municípios com IFDM moderado e alto. A Região apresentou também desempenho regular ou baixo; e redução de indicadores em 25,4% dos municípios.

Em uma simulação do futuro, o Nordeste alcançaria a condição do Sudeste em 2019 (tendo como referência 2009), caso mantivesse o mesmo ritmo de desenvolvimento dos últimos anos. Enquanto, para chegar ao patamar, o Norte demandaria quase duas décadas (2028), estima a Firjan.

A expectativa é que só em 2037 todos os municípios brasileiros garantam às suas populações o atendimento básico de saúde, ensino fundamental de qualidade e maior inserção no mercado formal de trabalho.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCidadesDados de BrasilPrefeituras

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação