Economia

Desemprego vai crescer com desaquecimento, diz instituto

Segundo o Instituto Brasileiro de Economia, indústria é uma das áreas que deve perder vagas

A criação de empregos na indústria tende a cair, diz o Ibre (Fernando Cavalcanti/Veja)

A criação de empregos na indústria tende a cair, diz o Ibre (Fernando Cavalcanti/Veja)

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Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2011 às 18h37.

Rio de Janeiro - De acordo com o Boletim Macro, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), apresentado hoje (19), no Rio de Janeiro, o desemprego no Brasil vai crescer lentamente por causa do desaquecimento da economia. De acordo com os economistas do instituto, os trabalhadores menos qualificados vão ser os mais atingidos.

Apesar da queda constante da taxa de desemprego, que passou de 7,6% em março de 2010 para 6,5% em março deste ano, o economista Rodrigo Leandro de Moura disse que a projeção é que essa trajetória se inverta, baseada em dados que mostram o aumento do desemprego em alguns setores, como a indústria.

“Boa parte dessa taxa de desemprego mais baixa está sendo movida pela geração de empregos no setor de serviços, como construção civil e comércio. Na indústria, a gente vê que o fluxo está contrário, está demitindo mais. Ainda gera emprego, mas cada vez menos. Existe uma previsão de investimento menor no setor industrial, que deve fazer a taxa subir”, explicou Rodrigo.

Segundo o economista, no setor de serviços, a geração de empregos ainda vai se manter, principalmente, em função da renda média do trabalhador, que vai continuar crescendo. “As pessoas com renda mais alta começam a contratar mais serviços, deixando de fazer, poir exemplo, atividades domésticas”.

O boletim do Ibre corrobora a análise de que a maior parte dos empregos gerados está destinada aos trabalhadores mais qualificados. “Essa geração de empregos que ainda ocorre tem sido destinada quase totalmente para quem tem ensino secundário e, principalmente, superior. Os que estão abaixo disso quase não estão conseguindo emprego. Como os mais escolarizados ganham mais, a renda média é pressionada para cima e isso pressiona o setor de serviços que, por sua vez, pressiona a inflação”, explicou o economista.

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