Economia

Desemprego sobe para 14,7% no 1º tri e atinge 14,8 milhões de pessoas

É a maior taxa de desemprego e o maior número de pessoas desocupadas de todos os trimestres da série histórica, iniciada em 2012

Aumento nos primeiros três meses do ano corresponde a mais 880 mil pessoas desocupadas (Amanda Perobelli/Reuters Business)

Aumento nos primeiros três meses do ano corresponde a mais 880 mil pessoas desocupadas (Amanda Perobelli/Reuters Business)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 27 de maio de 2021 às 09h21.

Última atualização em 27 de maio de 2021 às 09h49.

A taxa de desemprego no Brasil subiu para 14,7% no primeiro trimestre de 2021 e atingiu 14,8 milhões de pessoas, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 27. É a maior taxa e o maior número de desocupados de todos os trimestres da série histórica, iniciada em 2012.

Em relação ao último trimestre de 2020, quando o desemprego era de 13,9%, houve um aumento de 0,8 ponto percentual, o que corresponde a mais 880 mil pessoas desocupadas nos três primeiros meses do ano.

Segundo a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, o aumento da população desocupada é resultado de um efeito sazonal. "As taxas de desocupação costumam aumentar no início de cada ano, tendo em vista o processo de dispensa de pessoas que foram contratadas no fim do ano anterior. Com a dispensa nos primeiros meses do ano, elas tendem a voltar a pressionar o mercado de trabalho”, afirma.

A população ocupada ficou estável, em 85,7 milhões de pessoas, mas o nível de ocupação reduziu para 48,4%. No trimestre anterior ele era de 48,9%. A taxa está abaixo de 50% desde o trimestre encerrado em maio de 2020, o que indica que menos da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país.

Os desalentados, que desistiram de procurar trabalho e não entram na taxa de desemprego, somaram 6 milhões de pessoas, número que se manteve estável em relação ao último trimestre de 2020 no maior patamar da série.

Entre as categorias de trabalhadores, houve redução dos empregados do setor privado sem carteira assinada de 2,9% com menos 294 mil pessoas. A quantidade de empregados do setor público sem carteira teve queda de 17,1% ou menos 395 mil pessoas.

O único aumento na ocupação ocorreu entre os trabalhadores por conta própria, que cresceram 2,4%, um acréscimo de 565 mil postos de trabalho.

A quantidade de trabalhadores do setor privado com carteira assinada se manteve estável, em 29,6 milhões. Na comparação anual, com o primeiro trimestre do ano passado, no entanto, houve redução de 10,7% ou menos 3,5 milhões de pessoas.

O número de empregadores com CNPJ se manteve estatisticamente estável, em 3 milhões, mas foi o menor da série histórica iniciada no quarto trimestre 2015.

A quantidade de pessoas subutilizadas, categoria que soma as desocupadas e subocupadas aumentou 3,7% e atingiu 33,2 milhões no primeiro trimestre, o maior número da série, com um aumento de 1,2 milhão de pessoas.

Assine a EXAME e acesse as notícias mais importantes em tempo real.
Acompanhe tudo sobre:DesempregoIBGEMercado de trabalho

Mais de Economia

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto

Manifestantes se reúnem na Avenida Paulista contra escala 6x1