Economia

Desemprego sobe a 7,6% e tem maior nível desde 2009

O IBGE informou que a população desocupada aumentou aumentou impressionantes 52,1 por cento sobre um ano antes


	Carteira de Trabalho: a população ocupada, por sua vez, teve recuo de 0,1 por cento ante julho e 1,8 por cento na comparação com o mesmo mês do ano passado
 (Daniela de Lamare)

Carteira de Trabalho: a população ocupada, por sua vez, teve recuo de 0,1 por cento ante julho e 1,8 por cento na comparação com o mesmo mês do ano passado (Daniela de Lamare)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2015 às 10h58.

Rio de Janeiro/São Paulo - A taxa de desemprego do Brasil atingiu o nível mais alto em quase cinco anos e meio em agosto ao subir para 7,6 por cento, em meio ao cenário recorrente de aumento da população desocupada como consequência do quadro de recessão no país com inflação elevada e crise política.

O resultado da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do mês passado, após alcançar 7,5 por cento em julho, é o mais alto desde março de 2010 (7,6 por cento), e é o pior resultado para agosto desde 2009 (8,1 por cento). Além disso, mostrou forte deterioração em relação ao mesmo mês de 2014, quando a taxa ficou em 5,0 por cento.

"O momento do mercado de trabalho é desfavorável. O mercado não gera vagas no mercado de trabalho e a fila da desocupação está aumentando. Há uma perda de qualidade", disse o coordenador da pesquisa no IBGE, Cimar Azeredo A taxa, que subiu pelo oitavo mês seguido, ficou 0,1 ponto percentual abaixo da mediana das expectativas em pesquisa da Reuters.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a população desocupada aumentou 0,7 por cento em agosto na base mensal e impressionantes 52,1 por cento sobre um ano antes, chegando a 1,857 milhão de pessoas à procura de uma posição nas seis regiões metropolitanas analisadas.

A população ocupada, por sua vez, teve recuo de 0,1 por cento ante julho e 1,8 por cento na comparação com o mesmo mês do ano passado, a 22,724 milhões de pessoas.

"Além dos demitidos tem gente entrando no mercado para complementar a renda familiar", destacou Azeredo. Por outro lado a renda média da população registrou ganho de 0,5 por cento em agosto, para 2.185,50 reais mensais. Mas na comparação com o ano anterior, foi registrada queda de 3,5 por cento.

O mercado de trabalho vem em contínua deterioração desde o final de 2014, somando-se à inflação e juros elevados e à economia em recessão para compor o quadro de crise econômica e política do país no momento.

A pesquisa Focus do Banco Central mostra que a expectativa de economistas é de que o Produto Interno Bruto (PIB) retraia 2,70 por cento este ano e recue 0,80 por cento em 2016.

No segundo trimestre, a taxa de desemprego do país atingiu 8,3 por cento, maior patamar da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua iniciada em 2012.

Somente em julho, o Brasil fechou 157.905 vagas formais de trabalho, pior resultado para esse mês da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) iniciada em 1992.

Acompanhe tudo sobre:Desempregoeconomia-brasileiraMercado de trabalho

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto