Economia

Desemprego salta a 7,5%, maior nível em mais de 5 anos

As estimativas variaram entre 6,8 e 7,2 por cento


	Carteira de Trabalho: pela mediana das previsões de 16 analistas consultados, a taxa subiria a 7,05 por cento
 (Daniela de Lamare)

Carteira de Trabalho: pela mediana das previsões de 16 analistas consultados, a taxa subiria a 7,05 por cento (Daniela de Lamare)

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Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2015 às 11h44.

Rio de Janeiro/São Paulo - A taxa de desemprego no Brasil saltou para 7,5 por cento em julho, maior nível em mais de 5 anos, em consequência do aumento de quase 10 por cento da população desocupada, números que reforçam o quadro de recessão no país em meio ao cenário de inflação alta e instabilidade política.

O resultado do mês passado é o maior desde maio de 2010, quando também ficou em 7,5 por cento, e veio bem pior do que a mais elevada projeção em pesquisa Reuters, cuja mediana apontava para 7,05 por cento. Em junho, a taxa havia sido de 6,9 por cento.

Segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população desocupada cresceu 9,4 por cento em julho, na variação mensal, e 56 por cento sobre um ano antes, somando 1,844 milhão de pessoas que estão à procura de uma posição nas seis regiões metropolitanas analisadas pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME).

O aumento na comparação anual é o maior da série histórica da pesquisa, iniciada em 2003. Segundo o IBGE, a região de São Paulo foi a que mais sofreu quando se olham os números mensais, com aumento de 10,8 por cento da população desocupada.

"É uma procura crescente de trabalho que está sendo influenciada por pessoas que foram demitidas, mas também por pessoas que antes estavam inativas e saem dessa condição para tentar uma oportunidade. São duas frentes", afirmou a técnica do IBGE Adriana Beringuy.

Já a população ocupada ficou estagnada no mês passado frente a junho e recuou 0,9 por cento em base anual, a 22,755 milhões de pessoas.

O IBGE informou ainda que a renda média da população mostrou leve alta de 0,3 por cento em julho, chegando a 2.170,70 reais mensais. Sobre um ano antes, no entanto, houve queda de 2,4 por cento.

"Com inflação alta e demissões, o domicílio tem a renda comprometida e esse seria o principal motivo para que pessoas que estavam estudando passam agoura a fazer pressão sobre o mercado", acrescentou Adriana.

Os resultados de julho mostram a continuidade da deterioração do mercado de trabalho desde o fim do ano passado, depois de um longo período de desemprego na mínima histórica mesmo com a economia já então praticamente estagnada.

A piora do mercado de trabalho --que vinha sendo uma das principais bandeiras do governo da presidente Dilma Rousseff e embalou sua campanha pela reeleição-- é um componente importante da crise econômica e política pela qual atravessa o país.

Segundo a pesquisa Focus do Banco Central, economistas esperam que o Produto Interno Bruto (PIB) encolha 2 por cento neste ano e continue contraindo no ano que vem, na maior recessão em 25 anos.

Por outro lado, a expectativa de inflação neste ano ultrapassa 9 por cento pelo IPCA, o que levou o BC a elevar a taxa básica de juros a 14,25 por cento, maior patamar em nove anos, encarecendo os custos dos empréstimos e impactando o consumo.

"O mercado de trabalho hoje está bem mais desfavorável que em 2014, sejam em números, qualidade e rendimento", acrescentou a técnica do IBGE.

No mês passado,o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado recuou 1,5 por cento na comparação mensal e 3,1 por cento no ano, para 11,3 milhões de pessoas.

Texto atualizado às 11h44

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