Economia

Desemprego nos EUA cai em maio no menor nível em 16 anos

A quantidade de demissões é a menor em 40 anos porque as companhias temem não encontrar substitutos, segundo os analistas

Desemprego: o dado é um elemento a favor dos membros do Fed que acreditam que os Estados Unidos atingiram o pleno emprego (Justin Sullivan/Getty Images)

Desemprego: o dado é um elemento a favor dos membros do Fed que acreditam que os Estados Unidos atingiram o pleno emprego (Justin Sullivan/Getty Images)

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AFP

Publicado em 2 de junho de 2017 às 16h50.

A taxa de desemprego nos Estados Unidos registrou em maio o menor nível em 16 anos, mas a criação de empregos foi decepcionante, de acordo com os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Departamento do Trabalho.

A economia americana criou 138.000 empregos em maio, enquanto analistas esperavam 185.000.

A taxa de desemprego recuou um décimo, a 4,3%, o menor nível desde maio de 2001.

Os números de maio foram acompanhados de uma revisão em baixa dos dados de abril, o que deixou em 121.000 a média de empregos criados nos últimos três meses.

Analistas observaram que os Estados Unidos podem ganhar muito participando no desenvolvimento de energias renováveis. Um em cada 50 empregos nos Estados Unidos estava no ano passado na indústria da energia solar.

A taxa de desemprego caiu 0,5 pontos percentuais neste ano e relatórios do Fed indicam que os empregadores têm tido dificuldades para encontrar trabalhadores qualificados, o que os leva a oferecer salários mais altos, gerando um receio de um aumento muito alto da inflação.

A quantidade de demissões é a menor em 40 anos porque as companhias temem não encontrar substitutos, segundo os analistas.

A taxa de emprego, que mede a ocupação das pessoas aptas para trabalhar, caiu 0,2 pontos percentuais, a 62,7%, mas, segundo o relatório, esse dado não marca uma tendência clara nos últimos 12 meses.

A Casa Branca havia comemorado os relatórios dos últimos meses, e o presidente Donald Trump prometeu criar mais 25 milhões de novos postos de trabalho em 10 anos; meta considerada irreal por economistas.

Os dados de maio foram divulgados um dia após Trump ter anunciado a saída dos EUA do acordo do clima. Um de seus argumentos foi a necessidade de preservar empregos americanos.

Implicações para o Fed

Jim O'Sullivan da firma High Frequency Economics está entre os analistas que acham que os resultados de maio respondem à volatilidade do mercado de trabalhos e à correção dos dados.

"Pela volatilidade, acreditamos que a tendência é o crescimento do emprego continue sendo suficientemente forte para manter o desemprego baixa e os ganhos salariais em alta", disse O'Sullivan.

A queda do desemprego, como resultado de um mercado de trabalho mais ajustado, é um elemento a favor dos membros do Fed que acreditam que os Estados Unidos atingiram o pleno emprego e justificaria aumentar a taxa de juros.

No entanto, a pobre geração de novos postos de trabalho dá argumentos a quem pede cautela para a retirada de estímulos econômicos, como a atual taxa de juros baixos.

Elise Gould, do centro de orientação esquerdista Economic Policy Institute, acha "infeliz" que a Fed aumente as taxas em junho. Para ele, falar prematuramente de pleno emprego pode ser mais custoso do que um aumento dos salários ou da inflação.

Hoje é o tempo necessário para preencher uma vaga é o maior em 17 anos, disse Nariman Behravesh da firma IHS Markit.

"As empresas são um pouco cautelosas na hora de contratar, mas não porque se preocupam com os salários, e sim porque esperam saber se o presidente e o Congresso conseguirão aprovar medidas de estímulo ao crescimento econômico", disse Behravesh.

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