Economia

Desemprego nos EUA atinge menor taxa em quase 7 anos

Em abril, o índice de desemprego nos Estados Unidos caiu e ficou em 5,4%, enquanto a criação de emprego se recuperou


	Desemprego: em abril a economia americana criou 223.000 novos empregos
 (Tim Boyle/Bloomberg)

Desemprego: em abril a economia americana criou 223.000 novos empregos (Tim Boyle/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2015 às 16h17.

Washington - O índice de desemprego nos Estados Unidos caiu um décimo em abril e ficou em 5,4%, a menor taxa em quase sete anos, enquanto a criação de emprego se recuperou da forte freada de março com 223.000 novas contratações, informou nesta sexta-feira o Departamento de Trabalho.

Apesar da reativação de abril, o ritmo de contratação nos primeiros meses do ano se desacelerou com relação ao último trimestre de 2014 e o crescimento dos salários também continua sendo frágil.

Em abril a economia americana criou 223.000 novos empregos, muito acima do número de 85.000 de março, revisado em baixa a partir de o de 126.000 do relatório anterior.

No mês passado a geração de emprego foi sólida nos setores de serviços profissionais e de negócios (62.000), de atendimento sanitário (45.000) e de construção (45.000).

Frente a isto, houve perdas na indústria mineradora e extrativa pelo quarto mês consecutivo, com uma redução de 15.000 empregos motivada fundamentalmente pela desaceleração da produção petrolífera por causa da queda dos preços da energia.

Na média, a economia americana acrescentou 191.000 postos de trabalho entre fevereiro e abril, abaixo da média mensal de 260.000 registrada durante 2014.

Nos últimos 12 meses, o índice de desemprego desceu 0,8% e a taxa atual de 5,4% é a mais baixa desde maio de 2008, de acordo com o relatório do governo.

Por sua vez, os salários por hora registraram em abril uma alta de 3 centavos, até US$ 24,87, e o aumento acumulado nos últimos 12 meses ficou em 2,2%.

O aumento anualizado dos salários se movimentou em uma categoria de entre 1,8% e 2,2% desde 2011, abaixo do 3% habitual há uma década, e isso continua sendo um empecilho para a economia.

Além disso, a taxa de participação de americanos na força de trabalho ficou em abril em 62,8% e está há muito tempo em torno deste nível, o mais baixo desde o final da década de 1970, o que sugere que muitos cidadãos deixaram de buscar emprego ativamente.

Em comunicado, o principal assessor econômico da Casa Branca, Jason Furman, ressaltou que o setor privado acrescentou 12,3 milhões de empregos durante 62 meses de crescimento ininterrupto.

No entanto, ressaltou que a subida de abril pode estar vinculada em parte ao fim do clima invernal e, por isso, é "crucial" fortalecer o crescimento salarial e abrir novos mercados para os produtos americanos com os tratados comerciais com a região da Ásia-Pacífico e a União Europeia (UE).

Após a divulgação do relatório sobre o emprego, Wall Street consolidava na metade do pregão os lucros com as quais começou a jornada, com um avanço de 1,44% no Dow Jones Industrial .

O fato de que a criação de emprego neste ano esteja sendo inferior aos níveis de 2014 e a manutenção de uma baixa inflação geraram incerteza sobre a esperada alta de taxas de juros avaliada pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano).

Há pouco mais de um mês, as previsões apontavam para um anúncio sobre a alta de juros na reunião do Fed de junho ou na de setembro, mas agora um atraso parece cada vez mais provável.

Em sua reunião do final de abril, o banco central americano atribuiu a fraqueza econômica do primeiro trimestre, quando o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu a uma taxa anual de apenas 0,2%, a "fatores transitórios" e reiterou sua confiança na solidez da recuperação.

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