Economia

Desemprego no país ficou em 6,1% em 2012, aponta PNAD

O Brasil registrou taxa de desemprego de 6,1% em 2012, inferior aos 6,7% de 2011 em todas as regiões, com destaque para a Sudeste


	Carteira de Trabalho: Pnad também mostrou que quanto maior a faixa de idade, menor o desemprego
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Carteira de Trabalho: Pnad também mostrou que quanto maior a faixa de idade, menor o desemprego (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2013 às 11h44.

Rio de Janeiro – O Brasil registrou taxa de desemprego de 6,1% em 2012, inferior aos 6,7% de 2011. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada hoje (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa mostra o desemprego em todo o território nacional, diferentemente da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do próprio IBGE, que analisa apenas as seis principais regiões metropolitanas do país e apontou taxa de 5,5% em 2012.

De acordo com a PNAD, todas as regiões registraram queda nas taxas de desemprego, com destaque para a Sudeste, onde o índice passou de 7% em 2011 para 6,1% em 2012. O Sul teve o menor índice de 2012 (4,1%). Já o Nordeste teve a maior taxa (7,6%). Nas regiões Centro-Oeste e Norte, os índices foram 5,2% e 6,3%, respectivamente, no ano passado.

A PNAD também mostrou que a taxa de desemprego continua mantendo o padrão de 2011 em relação às faixas etárias: quanto maior a faixa de idade, menor o desemprego. A taxa entre 15 e 17 anos ficou em 21%. Entre os jovens de 18 a 24 anos foi 13,2%. Entre 25 e 49 anos, cai para 4,8%, atingindo 2,2% para a faixa de 50 anos ou mais.

Segundo o IBGE, o fenômeno pode ser explicado pelo fato de pessoas mais idosas procurarem menos emprego do que os mais jovens, já que a taxa de desemprego inclui apenas pessoas que procuram emprego e não conseguem).

O contingente de desempregados passou de 6,6 milhões em 2011 para 6,2 milhões em 2012, uma queda de 7,2%. Desse total, em 2012, a maioria era mulher (57,8%), jovem de 18 a 24 anos (34,6%), negro (59,9%) e sem o ensino médio completo (53,1%).

A população ocupada cresceu 1,6%, ao passar de 92,5 milhões de pessoas em 2011 para 93,9 milhões em 2012. A maioria está empregada no setor de serviços, que apresentou crescimento de 2,2% em relação a 2011 e continuou sendo o principal setor do mercado de trabalho, com 42,4 milhões de pessoas (45,2% do total da população ocupada).


Manuel Nascimento, de 59 anos, era empreendedor individual até um ano e meio atrás, quando decidiu abandonar o negócio e procurar emprego em uma empresa de prestação de serviços de limpeza.

“Eu tinha um trailer, onde eu vendia comida. Mas eu trabalhava sozinho e levava muito calote. Aí resolvi acabar com o negócio e comecei a trabalhar nessa firma. É mais seguro e você tem menos responsabilidade. Trabalha quatro horas, faz seu serviço e vai embora”, conta.

Os setores que tiveram maior crescimento na oferta de emprego, no entanto, foram a indústria (5,8%) e a construção (5,6%), que juntas respondem por 22,7% do mercado de trabalho, com 21,4 milhões de empregados. O setor agrícola continuou perdendo empregos (-5,4%), seguindo uma tendência observada nos últimos anos, em decorrência da mecanização das lavouras. Agora, o segmento responde por 14,2% do mercado de trabalho.

Os empregos no comércio cresceram 1,2% e chegaram a 16,7 milhões. O setor continua sendo o segundo principal, respondendo por 17,8% do mercado.

Os empregos com carteira assinada no setor privado cresceram 3,2%, ou seja, 1,1 milhão de postos a mais. Mas, como os empregos sem carteira assinada cresceram na mesma proporção, os postos de trabalho com carteira continuaram respondendo por 74,6% do total no setor privado.

A população ocupada se dividia em 2012 em empregados no setor privado (50%), trabalhadores por conta própria (20,8%), empregados no setor público (12,1%), trabalhadores domésticos (6,8%), trabalhadores na produção para próprio consumo (3,8%), empregadores (3,8%), não remunerados (2,7%) e trabalhadores na construção para o próprio uso (0,1%).

“Os indicadores estão melhores, mas não dá para dizer se o mercado de trabalho está melhorando. Para fazer essa análise, é preciso mais informações do que essas [da Pnad], como a qualidade do emprego, a carga horária e outras variáveis”, disse a coordenadora da Pnad, Maria Lúcia Vieira.

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