Indústria: a taxa renovou mais uma vez a máxima da série histórica iniciada em 2012 (Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 29 de abril de 2016 às 10h04.
Rio de Janeiro - O Brasil fechou o primeiro trimestre deste ano com taxa de desemprego de 10,9%, 11,1 milhões de desempregados e renda em baixa, em meio ao cenário de recessão econômica e crise política.
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, divulgada nesta sexta-feira, mostrou piora da taxa de desemprego, que havia ficado em 9,0% no quarto trimestre, renovando mais uma vez a máxima da série histórica iniciada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2012.
O quadro de forte deterioração do mercado de trabalho fica ainda mais claro quando se compara com o primeiro trimestre do ano passado, quando a taxa de desemprego foi de 7,9%. No trimestre encerrado em fevereiro, a taxa havia passado de dois dígitos pela primeira vez, a 10,2%.
"Não houve no primeiro trimestre deste ano efetivação de temporários. O mercado de trabalho é reflexo da conjuntura e, como ela está desfavorável, há impacto direto no emprego", o coordenador da pesquisa no IBGE, Cimar Azeredo.
No trimestre passado, o número de desempregados chegou ao novo recorde de 11,089 milhões, alta de 22,2% sobre o quarto trimestre. Em relação a um ano antes, o salto foi de 39,8%, o que representa 3,155 milhões de pessoas a mais procurando emprego.
Já a população ocupada, segundo a Pnad Contínua, mostrou queda de 1,7% no primeiro trimestre sobre o quarto e de 1,5% sobre igual período de 2015, ou 1,384 milhão de pessoas a mais sem trabalho em relação ao ano passado.
O rendimento médio da população ocupada, informou ainda o IBGE, apresentou avanço de 0,3% no primeiro trimestre sobre o período anterior, mas queda de 3,2% sobre os três primeiros meses de 2015, para 1.966 reais.
No primeiro trimestre do ano, foram fechadas 319.150 vagas formais de trabalho, segundo dados do Ministério do Trabalho. A pesquisa Focus do Banco Central, que ouve semanalmente uma centena de economistas, mostra que a expectativa é de que o Produto Interno Bruto (PIB) sofra contração de 3,88% este ano.
Matéria atualizada às 10h03