Vista aérea de Barcelona: o turismo responde por cerca de 10% do Produto Interno Bruto espanhol e a expectativa é de que tenha força neste ano (Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 25 de julho de 2013 às 09h46.
Madri - A taxa de desemprego da Espanha caiu inesperadamente pela primeira vez em dois anos no segundo trimestre, fortalecendo a argumentação do governo de que o pior dos problemas econômicos do país passou.
Uma forte temporada de turismo ajudou a taxa de desemprego a cair para 26,3 por cento ante 27,2 por cento no primeiro trimestre, informou o Instituto Nacional de Estatísticas nesta quinta-feira.
Isso significa 5,98 milhões de pessoas sem trabalho --uma proporção bem maior da população do que qualquer outro país da zona do euro com exceção da Grécia--, mas a queda foi a primeira desde o mesmo período de 2011.
"Quase toda a melhora que vimos hoje, em termos de número de pessoas trabalhando e a taxa de desemprego, deve-se a fatores sazonais", disse o economista do instituto de pesquisa Funcas Ange Laborda.
O turismo responde por cerca de 10 por cento do Produto Interno Bruto espanhol e a expectativa é de que tenha força neste ano uma vez que os europeus, sem dinheiro, buscam férias longe do Egito e outros países com problemas no Oriente Médio.
"Tendo dito isso, mesmo dados ajustados sazonalmente são melhores do que esperávamos, o que está em linha com as melhoras econômicas previstas pelo banco central da Espanha nesta semana", completou Laborda.
O BC disse na terça-feira que a economia encolheu apenas 0,1 por cento no trimestre entre abril e junho na comparação com os três meses anteriores, oferecendo algum suporte a um governo que fala sobre as perspectivas de sair da recessão já no trimestre atual.
A queda no desemprego não era esperada por economistas consultados pela Reuters, que previam um ligeiro aumento.
Mas o dado melhor mascara um profundo problema estrutural --o desemprego de longo prazo.
Cerca de metade dos quase 6 milhões de pessoas sem trabalho na Espanha não tem um emprego há mais de um ano, enquanto o número de casas em que nenhuma pessoa trabalha permaneceu em 1,8 milhão, mostraram os dados.