Economia

Desemprego e inflação destacam problemas da zona do euro

Indicadores desfavorável mostram o tamanho do desafio que líderes da União Europeia estão enfrentando em seus esforços para reanimar a economia do bloco

Membro de sindicato de metalúrgicos italiano segura cartaz durante manifestação em Roma: desemprego na Zona do Euro subiu para 12,2% em abril, marcando novo recorde (Stefano Rellandini/Reuters)

Membro de sindicato de metalúrgicos italiano segura cartaz durante manifestação em Roma: desemprego na Zona do Euro subiu para 12,2% em abril, marcando novo recorde (Stefano Rellandini/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2013 às 08h47.

Bruxelas - O desemprego atingiu nova máxima na zona do euro e a inflação permanece bem abaixo da meta do Banco Central Europeu (BCE), mostrando o tamanho do desafio que líderes da União Europeia estão enfrentando em seus esforços para reanimar a economia do bloco.

O desemprego no bloco de 17 países subiu para 12,2 por cento em abril, informou a Eurostat nesta sexta-feira, marcando novo recorde desde que a agência de estatísticas da UE começou a coletar os dados dos países em 1995.

Com a zona do euro também em sua mais longa recessão desde sua criação em 1999, a inflação ao consumidor está bem abaixo da meta de 2 por cento do BCE em maio, embora tenha acelerado ligeiramente para 1,4 por cento ante 1,2 por cento em abril.

Essa alta pode aliviar preocupações com deflação, mas a crise de desemprego é uma ameaça para a estrutura social da zona do euro, com quase dois terços dos jovens gregos sem conseguir encontrar trabalho e o sul da Europa enfrentando uma "geração perdida".

Na França, segunda maior economia da Europa atrás da Alemanha, o número de pessoas desempregadas subiu para um recorde em abril, enquanto na Itália a taxa de desemprego atingiu o nível mais alto em pelo menos 36 anos, com 40 por cento dos jovens sem emprego.

As expectativas estão aumentando para o que o BCE aja a fim de reanimar a economia, indo além de mais um corte da taxa de juros e avaliando um programa de impressão de dinheiro ao estilo dos Estados Unidos conhecido como "quantitative easing" (compra de ativos).

"Não esperamos uma forte recuperação na zona do euro", disse o economista sênior do Nomura Internacional, Nick Matthews. "Coloca pressão sobre o BCE para apresentar ainda mais medidas convencionais e não convencionais." O presidente do BCE, Mario Draghi, que já salvou a zona do euro de uma ruptura no ano passado com um plano para comprar os títulos de governos problemáticos, preferiu até agora deixar o ônus sobre os governos da zona do euro para que adotem reformas.

A Comissão Europeia, braço executivo da UE, disse a governos nesta semana que eles precisam focar em reformas nos sistemas de trabalho e de pensões para reconquistar o dinamismo empresarial perdido da Europa, tentando afastar seu foco de cortes de orçamento e buscar o crescimento.

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