Desemprego: seria preciso criar 40 milhões de postos de trabalho a cada ano no mundo (David McNew/Getty Images)
EFE
Publicado em 28 de março de 2017 às 08h47.
Última atualização em 28 de março de 2017 às 08h51.
Madri - O diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, questionou nesta terça-feira a forma na qual, no mundo todo, foi administrada a crise econômica e advertiu que o desemprego seguirá crescendo.
"A cada ano há e haverá mais desempregados no mundo e isso tem consequências dramáticas", afirmou Ryder, em um café da manhã informativo organizado em Madri por Nova Economia Fórum.
O dirigente da OIT advogou pelo diálogo social e por colocar o emprego no centro das políticas públicas porque representa muito mais do que uma forma de ganhar dinheiro; trata-se de "dar sentido à experiência humana".
Sobre o futuro, encorajou a não cair no "determinismo tecnológico" e a pensar no emprego de outra forma, mas respeitando as relações criadas.
Ryder observou que é preciso criar 40 milhões de postos de trabalho a cada ano no mundo, ao reconhecer que "isso não é possível".
Outras vias, observou, são compartilhar o trabalho ou apostar por garantias de ingressos universais.
Ryder também insistiu na necessidade de reduzir a lacuna salarial entre homens e mulheres, que em nível global é de 23%.
"As mulheres trabalham às sextas-feiras de graça", disse ao tentar explicar exemplificando essa situação.
Já com relação à situação política global, insistiu que o Brexit "foi um erro" e pediu atenção às decisões dos Estados Unidos.