Economia

Desemprego fica estável em 11,1% no primeiro trimestre

O número de desempregados no Brasil segue em quase 12 milhões de pessoas

Desemprego: taxa de desocupação fechou o trimestre até março em 11,1% (Amanda Perobelli/Reuters)

Desemprego: taxa de desocupação fechou o trimestre até março em 11,1% (Amanda Perobelli/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2022 às 09h09.

Última atualização em 29 de abril de 2022 às 11h28.

A taxa de desocupação no Brasil ficou em 11,1% no trimestre encerrado em março, segundo divulgado nesta sexta-feira, 29, na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do IBGE.

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O dado é estável em relação ao trimestre anterior, encerrando as quedas no desemprego que vinham ocorrendo ao longo de 2021. Apesar disso, a taxa é a menor para um trimestre encerrado em março desde 2016, quando foi de 11,1%.

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O número de desempregados no Brasil ficou em 11,9 milhões de pessoas. Houve ainda 472 mil pessoas a menos no mercado de trabalho, com população ocupada estimada agora em 95,3 milhões (queda de 0,5%).

No começo da pandemia em 2020, a taxa de desemprego chegou a patamares recorde, quase em 15%.

Apesar da relativa retomada econômica em 2021, analistas vêm apontando que o Brasil, que já entrou na crise com desemprego alto, deve seguir com desocupação em dois dígitos até 2023.

Março, por sua vez, costuma ter desligamentos após contratações temporárias de fim de ano, disse em nota a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

“Se olharmos a desocupação em retrospecto, pela série histórica da pesquisa, podemos notar que, no primeiro trimestre, essa população costuma aumentar devido aos desligamentos que há no início ano. O trimestre encerrado em março se diferiu desses padrões”, disse.

Vagas formais aumentam

Alguns dos destaques da Pnad foram leve alta em empregos formais.

  • O número de empregados com carteira assinada no setor privado (excluindo trabalhadores domésticos) foi de 34,9 milhões, alta de 1,1%;
  • O número de empregados sem carteira (12,2 milhões) ficou estável;
  • O número de trabalhadores por conta própria (25,3 milhões) caiu 2,5%.

No total, a taxa de informalidade ficou em 40,1% da população ocupada na Pnad (queda de 0,6 ponto) ou 38,2 milhões de trabalhadores informais.

A criação de novas vagas com carteira assinada havia sido mostrada também pelos dados do Caged, do Ministério do Trabalho, divulgado nesta semana e que contabiliza apenas o mercado formal. O Brasil fechou o mês de março de 2022 com a criação de 136.189 empregos formais, na métrica do Caged.

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Com o leve aumento em vagas formais, o rendimento médio medido pela Pnad também subiu 1,5% em relação ao trimestre anterior, encerrado em dezembro, estimado em R$2.548. 

“Esse aumento é importante se considerarmos que esse indicador vinha em queda desde o segundo trimestre do ano passado. De modo geral, quando a participação dos trabalhadores formais aumenta, o rendimento médio da população ocupada tende a crescer”, apontou Beringuy na divulgação do IBGE.

Mas o rendimento médio, que despencou com a crise na pandemia, segue sendo um desafio. O mercado tem se recuperado em número de vagas sem que o rendimento acompanhe, o que significa um grande número de vagas mal abertas com salário pior, apesar da alta na inflação no período.

Na comparação com o trimestre encerrado em março passado, houve queda de 8,7% no rendimento.

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