Luciano Coutinho, presidente do BNDES: o BNDES mantém a previsão de fechar o ano com empréstimos perto de 150 bilhões de reais (Divulgação/BNDES)
Da Redação
Publicado em 6 de setembro de 2012 às 15h59.
Rio de Janeiro - Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em julho totalizaram 14,3 bilhões de reais, alta de 5,6 % sobre um ano antes, sinalizando retomada dos investimentos no país.
"A recuperação do crescimento (econômico) está em curso. Temos essa indicação... A demanda por financimento para bens de capital cresceu, o que indica aumento de investimento", disse a jornalistas nesta quinta-feira o presidente do banco de fomento, Luciano Coutinho.
No acumulado dos sete primeiros meses do ano, os empréstimos do BNDES ficaram em 67,9 bilhões de reais, queda de 2 % frente ao mesmo período do ano passado. No intervalo de 12 meses até julho, os desembolsos foram de 138,2 bilhões de reais, redução de 16 %.
Além dos desembolsos de julho, outros dados do BNDES que sinalizam para recuperação da economia são os de consultas e enquadramentos --fases anteriores à aprovação do empréstimo para as empresas.
De janeiro a julho, os enquadramentos subiram 22 % ante 2011 e somaram 129,6 bilhões de reais, e as consultas avançaram 34 %, para 138,7 bilhões de reais, na mesma base de comparação.
"Saímos do fundo do posso, a ligeira queda (em desembolsos no ano até julho) vai zerar ou virar positiva com o resultado de agosto", afirmou Coutinho.
Ele mencionou o comportamento dos setores de veículos, óleo e gás e infraestrutura no processo de retomada da economia neste semestre.
O BNDES mantém a previsão de fechar o ano com empréstimos perto de 150 bilhões de reais. Mas a estimativa de desembolso mensal daqui até o fim de 2012 é de 14 bilhões a 15 bilhões de reais --o que indicaria a liberação de, no máximo, 143 bilhões de reais de janeiro a dezembro pelo banco.
Óleo e Gás
Os empréstimos para a indústria de óleo e gás tendem a ganhar espaço nos próximos anos no Brasil, segundo o presidente do BNDES, e alterar a estrutura produtiva do país ainda muito ligada ao setor automotivo.
As liberações do banco de fomento para o segmento de óleo e gás devem mais que dobrar este ano, para cerca de 8 bilhões de reais, com expectativa de subirem mais em 2013.
Segundo Coutinho, uma parte dos recursos vai para a Petrobras, enquanto os fornecedores da estatal devem absorver 3,8 bilhões de reais do BNDES em 2012.
"Temos uma linha de crédito para a Petrobras de 9 bilhões de reais, mas ela só usou cerca de 3 bilhões de reais até agora, mas a cadeia toda de petróleo e gás não para de crescer. Se contar com a cadeia petroquímica, isso vai a 10 bilhões de reais de empréstimos este ano", afirmou o presidente do BNDES.