Guido Mantega: ministro ressaltou que o governo vai aumentar a atratividade daquelas rodovias que têm um pedágio mais alto e um volume de passageiros menor (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2013 às 07h37.
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje (18) que o resultado do leilão da BR-050, divulgado pela manhã, mostrou que o empreendimento é rentável, mesmo com o deságio oferecido pelo consórcio vencedor, de 42,38%. Segundo ele, a experiência de hoje vai servir para remodelar os outros leilões de rodovia.
O Consórcio Planalto, composto por dez empresas, venceu a concessão do trecho da BR-050 GO/MG ofertado hoje (18) em leilão promovido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) na BM&F Bovespa oferecendo a menor tarifa, de R$ 0,04534 por quilômetro.
“Esse deságio na BR-050 mostra que o empreendimento é rentável, lucrativo, a ponto de você dar um deságio e ainda continuar tendo vantagens. A partir desse caso, vamos remodelar as outras rodovias. Aquelas que, como a BR-262, não apresentaram interesse”, disse.
O ministro ressaltou que o governo vai aumentar a atratividade daquelas rodovias que têm um pedágio mais alto e um volume de passageiros menor. “Temos um conjunto atrativo. Sabemos quais são as atrativas. As [rodovias] BR-060, BR-050, BR-040 e BR-163 são todas atrativas. As outras são um pouco menos e vamos remodelar, de modo que tenham um grande interesse e possamos ter uma forte competição e novos deságios”, concluir.
Mantega embarcou para São Paulo, onde terá reunião no final da tarde com representantes do setor de bebidas frias (águas, cervejas e refrigerantes).
Na mesma linha do ministro da Fazenda, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse que um deságio grande é sempre uma notícia importante. “Nós estamos agora abrindo as propostas e estamos vendo solução para a outras concessões. Um deságio grande é sempre uma notícia importante. É positivo”, disse.
Ao ser perguntado se o deságio não era excessivo, Arno Augustin disse que não, e lembrou que o mercado é quem define os preços. Ele destacou que os valores dos estudos são meros limites máximos.
“O valor final de mercado é definido pelo mercado. Ou seja, os diferentes atores que fazem análises desses estudos têm os seus custos na ponta do lápis e fazem as propostas a partir do que eles acham factível e viável”, avaliou.
Arno Augustin participou de audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, que começou com atraso porque ele foi impedido pela Polícia Legislativa de entrar na Casa, mesmo se identificando. Arno Augustin só foi liberado depois que o deputado João Magalhães (PMDB-MG), presidente da comissão, foi buscá-lo na porta de entrada do prédio.
Segundo os policiais legislativos, o rigor no acesso público ao prédio da Câmara dos Deputados deve-se a um ato aprovado na semana passada pela Mesa Diretora, que limita o número de pessoas que podem entrar na Casa. Os principais assessores de Augustin, que o acompanharam na apresentação, passaram pelo mesmo constrangimento.