Economia

Delfim considera 'tragédia' PIB do terceiro trimestre

Conforme dados divulgados hoje pelo IBGE, o PIB do País cresceu 0,6% no terceiro trimestre na comparação com o segundo trimestre, bem abaixo das expectativas do mercado


	Delfim Netto comentou que o crescimento atual do PIB "trará suas consequências" para o resultado total de 2012
 (ARQUIVO/WIKIMEDIA COMMONS)

Delfim Netto comentou que o crescimento atual do PIB "trará suas consequências" para o resultado total de 2012 (ARQUIVO/WIKIMEDIA COMMONS)

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Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2012 às 11h50.

São Paulo - O economista e ex-ministro da Fazenda Antônio Delfim Netto afirmou nesta sexta-feira que o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre "é uma tragédia".

Delfim comentou ainda que o crescimento atual "trará suas consequências" para o resultado total de 2012, pois "é uma questão de aritmética". Conforme dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB do País cresceu 0,6% no terceiro trimestre na comparação com o segundo trimestre, bem abaixo das expectativas do mercado.

Questionado se o governo Dilma Rousseff correria o risco de entregar uma média de crescimento inferior à registrada durante o governo FHC (de 2,7%), Delfim respondeu: "O passado está feito, o futuro depende do que vamos fazer agora", disse ao deixar evento sobre "Reformas Inadiáveis", promovido pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), em São Paulo.

O fraco desempenho do PIB surpreendeu outros analistas. A economista-chefe da Rosenberg Associados, Thaís Zara, disse que agora "é rodar planilha para tentar entender o que aconteceu". A expectativa da economista da Rosenberg era de crescimento de 1% para o período. "Minha expectativa de 1,3% para o ano, que já era baixa, pode agora nem se concretizar", afirmou. "Estou refazendo as contas."

Para a consultoria Brown Brothers Harriman (BBH), em relatório enviado a clientes, o resultado aumenta as expectativas de que o dólar vai continuar tentando avançar acima de R$ 2,10 e pode alimentar as pressões para um novo corte na taxa Selic. "No Brasil, a fraca leitura do PIB divulgada hoje vai somente agravar as incertezas em relação às políticas macroeconômicas."

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