Economia

Degradação de economia marca visita da troika a Portugal

Nas últimas duas semanas, o país foi sacudido por uma piora significativa de suas estimativas oficiais de recessão (-1,9%) e taxa desemprego (17,3%) para este ano


	Portugal: também será discutida a reforma do Estado que precisa permitir Portugal gastar 4 bilhões a menos por ano permanentemente a partir de 2014.
 (Marcel Salim/EXAME.com)

Portugal: também será discutida a reforma do Estado que precisa permitir Portugal gastar 4 bilhões a menos por ano permanentemente a partir de 2014. (Marcel Salim/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2013 às 15h33.

Lisboa - Os técnicos da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) já estão em Lisboa para iniciar seu sétimo exame trimestral, marcado nesta ocasião pela piora das previsões econômicas de Portugal.

Porta-vozes do FMI confirmaram à Agência EFE que a "troika", formada por membros da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do próprio FMI, iniciou uma nova inspeção na qual avaliará durante os próximos dias o grau de cumprimento do programa de ajustes acordado com as autoridades lusitanas em troca de seu resgate financeiro, como vêm fazendo desde maio de 2011.

Nas últimas duas semanas, o país foi sacudido por uma piora significativa de suas estimativas oficiais de recessão (-1,9%) e taxa desemprego (17,3%) para este ano, por isso aumentaram as vozes que reivindicam à troika um alívio dos compromissos exigidos de Portugal.

O próprio governo lusitano, de perfil conservador, se mostrou convencido de que a UE o dará mais tempo para reduzir seu déficit público até situá-lo abaixo de 3% de PIB, uma meta que esperava cumprir no fim de 2014.

A oposição portuguesa de esquerda reivindica em bloco aos organismos internacionais que supervisionam o país uma "mudança de rumo" que ponha fim à adoção de medidas de austeridade e fomente políticas voltadas a estimular o crescimento.

Além disso, pediu uma renegociação da dívida em seus juros, prazos de devolução e montante.


Entre as formações que fazem a reivindicação está o Partido Socialista, principal grupo da oposição que depois de assinar o resgate - quando ainda presidia o Executivo - pediu à UE e ao FMI que admitam que "sua estratégia falhou".

Dentro do próprio Executivo, o mais claro foi o ministro da Defesa, Pedro Aguiar Branco, que afirmou neste fim de semana que o sétimo exame também representa "um exame de Portugal à troika" e aos resultados de seu severo programa de ajustes e cortes, aplicado quase com todo rigor pelos conservadores lusos.

Nas conversas entre o governo e os técnicos da UE e do FMI, estará em pauta um novo plano para obter "economias" no valor de 800 milhões de euros (0,5% do PIB luso) e que deverá ser aplicado ao longo de 2013 devido ao agravamento da recessão e do desemprego que poderão complicar a redução do déficit prevista ao impactar negativamente a receita fiscal.

Também será discutida a reforma do Estado que precisa permitir Portugal gastar 4 bilhões a menos por ano permanentemente a partir de 2014.

Ainda não se sabem os detalhes da mesma, embora não se descartam ajustes em setores como a Educação e a Saúde.

Nesse contexto, durante as últimas semanas voltaram a ressurgir os protestos dos "indignados" portugueses, que ao grito do hino da Revolução dos Cravos de 1974, "Grândola, Vila Morena", interromperam vários atos públicos de membros do governo em sinal de repúdio aos contínuos cortes. 

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