Economia

Déficit de 2024 foi de 0,1% do PIB e sobe para 0,37% com gastos para reconstrução do RS, diz Haddad

Segundo o ministro da Fazenda, o resultado fiscal foi melhor do que o projetado pelo mercado no início do ano passado, que esperava um rombo de 0,8%

Fernando Haddad: o ministro da Fazenda afirmou que o governo precisa se comunicar melhor (Eduardo Frazão/Exame)

Fernando Haddad: o ministro da Fazenda afirmou que o governo precisa se comunicar melhor (Eduardo Frazão/Exame)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 7 de janeiro de 2025 às 14h09.

Última atualização em 7 de janeiro de 2025 às 14h26.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira, 7, que o déficit primário em 2024 chegou a 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) e totalizará 0,37% quando considerados os gastos para reconstrução do Rio Grande do Sul. Segundo ele, o resultado será maior ou menor com base no crescimento econômico, estimado por ele em 3,6% no ano passado.

Haddad relembrou que o mercado, no início de 2024, esperava um déficit fiscal de 0,8% do PIB, projeção que foi corrigida sistematicamente ao longo dos meses.

"Vamos lembrar que no ano anterior me comprometi a entrar um déficit de 1%. Com [gastos com] estados e precatórios, o resultado foi maior. Em 2024, o resultado será muito melhor e ninguém quesitona as projeções feitas no início do ano passado. Vamos fazer um esforço fiscal de maneira que não comprometa distribuição de renda e crescimento", disse, em entrevista à Globo News.

Problema de comunicação do governo

Assim como tem dito o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Haddad afirmou que o governo tem um problema de comunicação que tem atrapalhado o governo a comunicar os bons resultados da economia.

“Temos que nos comunicar melhor. [O governo] tem que ser coerente e resoluto na sua comunicação. Não podemos deixar brecha para os resultados que queremos atingir. Não vale só resultado de emprego e crescimento. Crescimento é bom, mas temos que olhar para o déficit em transação correntes, por exemplo”, disse.

Haddad ainda declarou que há uma tensão global, com estagnação econômica na Europa, desaceleração na China e incertezas sobre que medidas o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, tomará assim que tomar posse.

"Nós precisamos nos comunicar melhor, o mercado está muito sensível, no mundo inteiro, nao é uma situação normal que o mundo está vivendo", afirmou.

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