Economia

Déficit comercial sobe para US$ 48,33 bi em agosto nos EUA

O dólar forte, os preços baixos das commodities e a desaceleração no crescimento em outras nações pesaram sobre a demanda pelos produtos norte-americanos


	Estados Unidos: o dólar forte, os preços baixos das commodities e a desaceleração no crescimento em outras nações pesaram sobre a demanda pelos produtos norte-americanos
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Estados Unidos: o dólar forte, os preços baixos das commodities e a desaceleração no crescimento em outras nações pesaram sobre a demanda pelos produtos norte-americanos (thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2015 às 10h24.

Washington - O déficit comercial dos Estados Unidos avançou para US$ 48,33 bilhões em agosto, alta de 15,6% na comparação com o déficit de US$ 41,81 bilhões (dado revisado, de US$ 41,86 bilhões antes informado) de julho.

O dólar forte, os preços baixos das commodities e a desaceleração no crescimento em outras nações pesaram sobre a demanda pelos produtos norte-americanos.

Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam US$ 48,5 bilhões de déficit comercial. O resultado reflete uma queda nas exportações, em parte devido aos preços mais baixos do petróleo, bem como mais importações de bens de consumo como celulares, brinquedos e vestuário.

As importações aumentaram 1,2% no mês, enquanto as exportações tiveram baixa de 2%, atingindo seu nível mais baixo desde outubro de 2012.

Os números do comércio costumam flutuar a cada mês. As tendências mais amplas sugerem, porém, que o comércio internacional desacelera diante do crescimento global fraco.

O déficit comercial dos EUA aumentou 5,2% entre janeiro e agosto, na comparação com igual período de 2014. As exportações recuaram 3,8% nessa comparação, enquanto as importações tiveram queda de 2,2%, refletindo os preços mais baixos do petróleo e os temores com a economia global.

As exportações líquidas devem pesar sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, a medida mais ampla da produção econômica.

As exportações impulsionaram o crescimento nos anos posteriores à recessão, mas mostram-se mais fracas nos últimos meses, com o quadro na Europa e na Ásia reduzindo a demanda por produtos norte-americanos.

Além disso, esforços de bancos centrais para estimular suas economias elevaram o valor do dólar ante outras moedas, na prática tornando os produtos dos EUA mais caros no exterior, enquanto elevam o poder de compra dos consumidores.

As exportações de produtos em agosto foram as mais fracas desde junho de 2011, enquanto as exportações de suplementos para a indústria e materiais - uma categoria que inclui o petróleo - recuaram para seu nível mais fraco em quase cinco anos.

O preço médio das importações de barris de petróleo caiu em agosto, após avançar por quatro meses consecutivos, segundo o relatório.

Por outro lado, as exportações de serviços, incluindo serviços financeiros, com educação e viagens, foram as mais fortes já registradas em agosto.

O déficit comercial também pode impulsionar a oposição ao acordo de livre-comércio conhecido como Parceria Trans-Pacífico.

Os EUA, o Japão e outros dez países da região do Pacífico anunciaram na segunda-feira esse acordo para reduzir barreiras comerciais para produtos e serviços. O governo do presidente Barack Obama deseja abrir novos mercados com isso.

O Congresso, porém, ainda precisa aprovar a iniciativa. Apenas alguns democratas apoiam a política comercial de Obama, enquanto indústrias e sindicatos temem a perda de emprego e negócios com a concorrência do exterior. 

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