Economia

Decisão sobre Selic será tomada pelo Copom, diz Ilan Goldfajn

De acordo com o presidente do BC, a política econômica brasileira mudou de direção há um ano, e as reformas implementadas mostraram resultados positivos

Ilan Goldfajn: o presidente do BC deixou claro que o banco pode atuar mais no mercado, se necessário (Adriano Machado/Reuters)

Ilan Goldfajn: o presidente do BC deixou claro que o banco pode atuar mais no mercado, se necessário (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de maio de 2017 às 16h56.

Brasília - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, repetiu nesta segunda-feira, 22,, durante participação em evento em São Paulo, que "as decisões sobre a taxa básica de juros serão tomadas pelo Copom (Comitê de Política Monetária), no curso de suas reuniões ordinárias, considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis".

O comentário repete uma ideia expressa pelo próprio Ilan Goldfajn na última sexta-feira, em outro evento na capital paulista.

De acordo com o presidente do BC, a política econômica brasileira mudou de direção há um ano, e as reformas implementadas neste curto período de tempo mostraram resultados positivos.

"Por isso, a importância de se continuar nesse caminho virtuoso", afirmou.

Goldfajn também reforçou que o BC e o Ministério da Fazenda têm atuado, desde a última semana, para dar liquidez aos mercados.

A atuação do BC tem ocorrido por meio de leilões de swaps e a do Tesouro Nacional, por meio de operações com títulos públicos.

"O BC e o Tesouro Nacional têm vários instrumentos à disposição", afirmou.

"Essa atuação firme e serena tem foco no bom funcionamento dos mercados. Não há relação direta e mecânica com a política monetária, que continuará focada nos seus objetivos tradicionais", acrescentou.

Goldfajn também repetiu que o Brasil tem amortecedores robustos e está menos vulnerável a choques, internos ou externos.

"O Banco Central continuará monitorando o impacto das informações recentemente divulgadas e atuará, sempre que necessário, para manter a plena funcionalidade dos mercados", afirmou em participação no evento "2017 Leadership Forum", promovido pela Mckinsey & Company, em São Paulo.

De modo geral, o discurso desta segunda-feira de Goldfajn repete as ideias já expressas na sexta-feira.

Basicamente, Goldfajn procurou deixar claro que o BC pode atuar mais no mercado, se necessário, e que tem instrumentos para isso.

Ao mesmo tempo, citou que as atuações recentes não têm relação "direta e mecânica" com a política monetária.

O próximo encontro do Copom ocorre nos dias 30 e 31 de maio. Atualmente, a Selic (a taxa básica de juros da economia) está em 11,25% ao ano.

No mercado financeiro, há dúvidas sobre o corte a ser feito pelo Copom neste mês de maio: 1 ou 1,25 ponto porcentual.

As dúvidas aumentaram em função da divulgação, na semana passada, da delação premiada de executivos da JBS, que atinge o governo Michel Temer.

Na prática, com as delações houve um aumento do risco político - ou, nas palavras de Goldfajn, das incertezas "advindas do ambiente político".

Resiliência

O presidente do Banco Central disse também que "a atuação do BC e do Tesouro Nacional na administração de efeitos dos choques recentes é favorecida pela resiliência do Sistema Financeiro Nacional".

Este foi um dos poucos pontos da fala desta segunda de Goldfajn que representa um acréscimo em relação ao que ele falou na última sexta-feira, em outro evento na capital paulista.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCopomIlan GoldfajnSelic

Mais de Economia

China prioriza consumo e setor imobiliário em 2025 para recuperação econômica

Crescimento da economia digital impulsiona indústria na China em 2024

Contas externas têm saldo negativo de US$ 3,1 bilhões em novembro

Boletim Focus: mercado eleva estimativa de inflação para 2024 e 2025