Economia

Decisão da taxa de juros no Reino Unido não foi unânime

A falta de consenso na votação da política monetária dá espaço para especulações de que o aumento dos juros venha antes do fim de 2014


	Londres: aperto nos juros é necessário para manter a inflação no patamar desejado diante do aquecimento da economia e da queda do desemprego, diz economista
 (Pilgab/Wikimedia Commons)

Londres: aperto nos juros é necessário para manter a inflação no patamar desejado diante do aquecimento da economia e da queda do desemprego, diz economista (Pilgab/Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2014 às 09h48.

Londres - A ata da reunião do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), divulgada nesta manhã, mostrou a primeira dissidência sobre a política monetária do país desde que o presidente do BoE, Mark Carney, foi empossado em julho de 2013.

A manutenção dos juros no patamar atual recebeu sete votos a favor e dois contra. Martin Weale e Ian McCafferty, os únicos dissidentes do Comitê de Política Monetária, votaram pelo incremento de 0,25% na taxa básica de juros, dos atuais 0,5% para 0,75%. Os votos reforçam as expectativas de que o BoE deve iniciar o aperto da política monetária, provavelmente no começo do próximo ano.

A falta de consenso na votação, porém, dá espaço para especulações de que o aumento dos juros venha ainda mais cedo, antes do fim de 2014.

Para Weale e McCafferty, o aperto é necessário para manter a inflação no patamar desejado diante do aquecimento da economia e da queda do desemprego. "As circunstâncias econômicas são suficientes para justificar um aumento imediato da taxa básica", disseram os conselheiros, segundo a ata.

A votação terminou com a maioria de sete dos nove conselheiros votando pela manutenção da taxa em 0,5%, seguindo a visão do presidente do BoE de que os dados de inflação e salário não estão pressionados a ponto de justificar o aumentos dos custos de empréstimos. A maioria também disse acreditar que a alta dos custos de financiamento pode colocar em risco a dívida das famílias.

"Para a maioria dos membros, as evidências de pressão inflacionária continuam insuficientes para justificar um aumento imediato da taxa", informa o documento

Na votação que decidiu pela manutenção do programa de compra de bônus, no entanto, não houve dissidência, segundo o documento.

Fonte: Dow Jones Newswires.

Acompanhe tudo sobre:BancosFinançasInglaterraJurosPaíses ricosPolítica monetária

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto